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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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COMÉRCIO

À exceção do setor de vestuário, todos os outros elevaram receitas em outubro

Faturamento no varejo sobe 9,3%

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Todos os setores do varejo em São Paulo registraram aumento no faturamento real em outubro em relação ao mês anterior. A única exceção foi o segmento de vestuário, com retração de 1% no período. Com o resultado, o comércio retorna a patamares positivos de vendas -após retrações em meses anteriores.
Segundo levantamento apresentado ontem pela Fecomercio SP, a expansão no faturamento em outubro foi de 9,3% em relação a setembro. O melhor resultado foi obtido pelo segmento de lojas de departamento, com pontos-de-venda em que há diversidade de itens, de promoções e formas de pagamento.
Nesse caso, o aumento nas vendas foi de 18,14% em relação a setembro.
É possível ainda verificar uma certa recuperação no volume de vendas no varejo de utilidades domésticas -segmento altamente dependente de crédito, da evolução da renda do consumidor e de taxa de juros baixas.
Segundo o estudo, esse segmento teve elevação de quase 14% no faturamento real (descontada a inflação).
Chamou a atenção da entidade essa elevação de 9,3% dos resultados no mês passado em relação a setembro. Era esperado um número próximo a 6% -taxa média dos anos anteriores.

Ainda no vermelho
Mesmo com essa série de bons números, os resultados do comércio no último mês, sobre o mesmo período do ano passado, permanecem no vermelho.
Não poderia ser diferente. Na hora das compras, o consumidor ainda abraça uma postura cautelosa como em 2002. E o que existe é apenas uma intenção de compra futura, informam as pesquisas de opinião do Provar (Programa de Administração do Varejo) da USP (Universidade de São Paulo).
Exemplo: o varejo de roupas, calçados e supermercados apresentou em outubro queda na receita sobre 2002.
Tanto que, no resultado geral, foi verificada queda de 10,7% no faturamento real do setor no mês passado sobre outubro de 2002. Essa é a maior queda do ano e a sexta consecutiva ao se considerar como a base de comparação os meses de 2002.
No entanto, economistas da entidade ressaltam que a retração de 10,7% não pode ser analisada de maneira pessimista apenas.
Explica-se: como as vendas em outubro de 2002 dispararam, ao se comparar esse desempenho com o de outubro de 2003, é bem provável que ocorra uma retração nos resultados neste ano.
Em 2002, essa disparada aconteceu porque os consumidores anteciparam as compras de mercadorias para Natal- algo que tende a ocorrer normalmente no último mês do ano- por conta de incertezas políticas e econômicas.
Portanto, ao se comparar dados com aquele mês, é natural que ocorra uma retração.

Previsões
Uma análise mais cuidadosa revela ainda um sobe-e-desce nos resultados do varejo em São Paulo há meses. Se em outubro as vendas subiram, em setembro caíram. E em agosto tiveram o melhor resultado do ano, com uma forte subida que ultrapassou os 11% -isso sempre em relação aos meses anteriores.
Pelas previsões, o comércio de São Paulo deve fechar o ano com queda de 1% nas vendas em relação a 2002, informa a Fecomercio. Até o momento, o que se vê é queda de 3,3% -de janeiro a outubro. Portanto, é preciso uma safra de resultados positivos para reverter a perda acumulada do ano.
A pesquisa realizada pela Fecomercio acontece em 1,7 mil estabelecimentos na região metropolitana de São Paulo.


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