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COMÉRCIO
À exceção do setor de vestuário, todos os outros elevaram receitas em outubro
Faturamento no varejo sobe 9,3%
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Todos os setores do varejo em
São Paulo registraram aumento
no faturamento real em outubro
em relação ao mês anterior. A
única exceção foi o segmento de
vestuário, com retração de 1% no
período. Com o resultado, o comércio retorna a patamares positivos de vendas -após retrações
em meses anteriores.
Segundo levantamento apresentado ontem pela Fecomercio
SP, a expansão no faturamento
em outubro foi de 9,3% em relação a setembro. O melhor resultado foi obtido pelo segmento de lojas de departamento, com pontos-de-venda em que há diversidade de itens, de promoções e formas de pagamento.
Nesse caso, o aumento nas vendas foi de 18,14% em relação a setembro.
É possível ainda verificar uma
certa recuperação no volume de
vendas no varejo de utilidades domésticas -segmento altamente
dependente de crédito, da evolução da renda do consumidor e de
taxa de juros baixas.
Segundo o estudo, esse segmento teve elevação de quase 14% no
faturamento real (descontada a
inflação).
Chamou a atenção da entidade
essa elevação de 9,3% dos resultados no mês passado em relação a
setembro. Era esperado um número próximo a 6% -taxa média
dos anos anteriores.
Ainda no vermelho
Mesmo com essa série de bons
números, os resultados do comércio no último mês, sobre o
mesmo período do ano passado,
permanecem no vermelho.
Não poderia ser diferente. Na
hora das compras, o consumidor
ainda abraça uma postura cautelosa como em 2002. E o que existe
é apenas uma intenção de compra
futura, informam as pesquisas de
opinião do Provar (Programa de
Administração do Varejo) da
USP (Universidade de São Paulo).
Exemplo: o varejo de roupas,
calçados e supermercados apresentou em outubro queda na receita sobre 2002.
Tanto que, no resultado geral,
foi verificada queda de 10,7% no
faturamento real do setor no mês
passado sobre outubro de 2002.
Essa é a maior queda do ano e a
sexta consecutiva ao se considerar
como a base de comparação os
meses de 2002.
No entanto, economistas da entidade ressaltam que a retração de
10,7% não pode ser analisada de
maneira pessimista apenas.
Explica-se: como as vendas em
outubro de 2002 dispararam, ao
se comparar esse desempenho
com o de outubro de 2003, é bem
provável que ocorra uma retração
nos resultados neste ano.
Em 2002, essa disparada aconteceu porque os consumidores anteciparam as compras de mercadorias para Natal- algo que tende a ocorrer normalmente no último mês do ano- por conta de
incertezas políticas e econômicas.
Portanto, ao se comparar dados
com aquele mês, é natural que
ocorra uma retração.
Previsões
Uma análise mais cuidadosa revela ainda um sobe-e-desce nos
resultados do varejo em São Paulo
há meses. Se em outubro as vendas subiram, em setembro caíram. E em agosto tiveram o melhor resultado do ano, com uma
forte subida que ultrapassou os
11% -isso sempre em relação aos
meses anteriores.
Pelas previsões, o comércio de
São Paulo deve fechar o ano com
queda de 1% nas vendas em relação a 2002, informa a Fecomercio.
Até o momento, o que se vê é queda de 3,3% -de janeiro a outubro. Portanto, é preciso uma safra
de resultados positivos para reverter a perda acumulada do ano.
A pesquisa realizada pela Fecomercio acontece em 1,7 mil estabelecimentos na região metropolitana de São Paulo.
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