São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 2002

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Concentração de dívida cambial vai cair

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos três primeiros meses do próximo governo, a concentração de dívida cambial é pequena, se comparada aos vencimentos que se acumularam neste semestre.
Com o dólar em patamares tão elevados, a dívida indexada ao câmbio passou a ser um grande problema para o governo administrar. Neste semestre, venceram mais de R$ 40 bilhões.
De janeiro a março do próximo ano, o valor a vencer é de cerca de R$ 11 bilhões.
Apesar da menor quantidade, analistas avaliam que, sem credibilidade, a rolagem pode gerar preocupação.
"Na prática, qualquer rolagem é fácil se o ambiente for favorável, e difícil quando não há confiança", diz o economista-chefe do banco Fibra, Guilherme da Nóbrega.
Em sua avaliação o primeiro desafio do governo petista será conquistar a confiança do mercado.
Para Pedro Thomazoni, do Lloyds TSB, há passos importantes nesse sentido, uma vez que agradaram ao mercado as escolhas de Antonio Palocci Filho para o Ministério da Fazenda e de Henrique Meirelles, para o BC.
Um dos primeiros pontos a concentrar a atenção será o comportamento da nova equipe econômica em relação à inflação. Um primeiro sinalizador deverá vir na semana que vem, quando o Copom Comitê de Política Monetária do BC se reunirá para decidir o futuro dos juros brasileiros. Há um consenso no mercado de que as taxas serão elevadas. A Selic (a taxa básica) está em 22% ao ano. A alta dos juros seria necessária para conter a escalada da inflação.
"Se houver críticas dos futuros integrantes do próximo governo à uma provável alta da Selic, o mercado deverá reagir mal", avalia Thomazoni. Para os dois analistas, é importante que o PT reforce seu compromisso em conter a alta dos preços e cumprir as metas inflacionárias.
Outros eventos serão observados de perto pelo mercado.
Um deles seria o diálogo entre PT e FMI durante a revisão do acordo com o Fundo. Segundo Nóbrega, outros pontos importantes serão o relacionamento fiscal com os Estados, a negociação do salário mínimo e o avanço no Congresso em relação a reforma Previdenciária. (APR e FV)


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