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Concentração de dívida cambial vai cair
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos três primeiros meses do
próximo governo, a concentração
de dívida cambial é pequena, se
comparada aos vencimentos que
se acumularam neste semestre.
Com o dólar em patamares tão
elevados, a dívida indexada ao
câmbio passou a ser um grande
problema para o governo administrar. Neste semestre, venceram
mais de R$ 40 bilhões.
De janeiro a março do próximo
ano, o valor a vencer é de cerca de
R$ 11 bilhões.
Apesar da menor quantidade,
analistas avaliam que, sem credibilidade, a rolagem pode gerar
preocupação.
"Na prática, qualquer rolagem é
fácil se o ambiente for favorável, e
difícil quando não há confiança",
diz o economista-chefe do banco
Fibra, Guilherme da Nóbrega.
Em sua avaliação o primeiro desafio do governo petista será conquistar a confiança do mercado.
Para Pedro Thomazoni, do
Lloyds TSB, há passos importantes nesse sentido, uma vez que
agradaram ao mercado as escolhas de Antonio Palocci Filho para
o Ministério da Fazenda e de Henrique Meirelles, para o BC.
Um dos primeiros pontos a
concentrar a atenção será o comportamento da nova equipe econômica em relação à inflação. Um
primeiro sinalizador deverá vir na
semana que vem, quando o Copom Comitê de Política Monetária do BC se reunirá para decidir o
futuro dos juros brasileiros. Há
um consenso no mercado de que
as taxas serão elevadas. A Selic (a
taxa básica) está em 22% ao ano.
A alta dos juros seria necessária
para conter a escalada da inflação.
"Se houver críticas dos futuros
integrantes do próximo governo à
uma provável alta da Selic, o mercado deverá reagir mal", avalia
Thomazoni. Para os dois analistas, é importante que o PT reforce
seu compromisso em conter a alta
dos preços e cumprir as metas inflacionárias.
Outros eventos serão observados de perto pelo mercado.
Um deles seria o diálogo entre
PT e FMI durante a revisão do
acordo com o Fundo. Segundo
Nóbrega, outros pontos importantes serão o relacionamento fiscal com os Estados, a negociação
do salário mínimo e o avanço no
Congresso em relação a reforma
Previdenciária.
(APR e FV)
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