São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 2002

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Banco Central deverá elevar juros para até 25%, dizem economistas

DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central poderá elevar novamente as taxas de juros na próxima semana. O aumento pode ser de até três pontos percentuais sobre a atual taxa, de 22% ao ano. Essa é, pelo menos, a opinião de alguns economistas entrevistados pela agência de notícias Reuters entre quinta-feira e ontem.
Dos 21 entrevistados, todos esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, que se reúne nas próximas terça e quarta-feiras, decida pelo aumento na taxa básica de juros (Selic). Dos 21, 15 acreditam que a alta será de dois pontos percentuais, 4 crêem em alta entre dois e três pontos percentuais e os outros 2 prevêem aumento de três pontos percentuais.
Essas previsões foram feitas com base nos repiques de inflação dos últimos meses. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, os preços já subiram 10,22% (pelo IPCA, o índice utilizado como meta pelo governo), a primeira vez que o país tem um índice de inflação com dois dígitos desde 1995.
Para os economistas, o país entrou em um período inflacionário, com aumentos nos preços administrados e não-administrados, e, por isso, é preciso que o BC aja imediatamente para evitar maiores estragos.
Os economistas acreditam, ainda, que o BC deverá manter o viés neutro para os juros, o que significa que o Copom precisaria convocar uma reunião extraordinária para elevar ou baixar a taxa antes do próximo encontro, marcado para janeiro de 2003.
O Copom já aumentou os juros em quatro pontos nos últimos dois meses e elevou a Selic para seu mais alto patamar desde meados de 1999.
Caso as previsões mais pessimistas dos entrevistados se concretizem, o país terá a taxa de juros mais alta desde maio de 1999, quando era de 27% ao ano.
O Copom fixa a taxa de juros do país de acordo com as metas de inflação estabelecidas pelo governo. Os últimos levantamentos de mercado realizados revelam que os economistas esperam que o país ultrapasse os limites de inflação fixados para este ano, de 5,5%, e do ano que vem, de 6,5%.
De acordo com eles, a taxa deve fechar 2002 com alta de 11% e o próximo ano com aumento de 10%, impulsionada principalmente pela forte desvalorização do real diante do dólar.


Com agências internacionais


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