|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Banco Central deverá elevar juros
para até 25%, dizem economistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central poderá elevar
novamente as taxas de juros na
próxima semana. O aumento pode ser de até três pontos percentuais sobre a atual taxa, de 22% ao
ano. Essa é, pelo menos, a opinião
de alguns economistas entrevistados pela agência de notícias Reuters entre quinta-feira e ontem.
Dos 21 entrevistados, todos esperam que o Copom (Comitê de
Política Monetária) do BC, que se
reúne nas próximas terça e quarta-feiras, decida pelo aumento na
taxa básica de juros (Selic). Dos
21, 15 acreditam que a alta será de
dois pontos percentuais, 4 crêem
em alta entre dois e três pontos
percentuais e os outros 2 prevêem
aumento de três pontos percentuais.
Essas previsões foram feitas
com base nos repiques de inflação
dos últimos meses. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano,
os preços já subiram 10,22% (pelo
IPCA, o índice utilizado como
meta pelo governo), a primeira
vez que o país tem um índice de
inflação com dois dígitos desde
1995.
Para os economistas, o país entrou em um período inflacionário, com aumentos nos preços administrados e não-administrados, e, por isso, é preciso que o BC
aja imediatamente para evitar
maiores estragos.
Os economistas acreditam, ainda, que o BC deverá manter o viés
neutro para os juros, o que significa que o Copom precisaria convocar uma reunião extraordinária
para elevar ou baixar a taxa antes
do próximo encontro, marcado
para janeiro de 2003.
O Copom já aumentou os juros
em quatro pontos nos últimos
dois meses e elevou a Selic para
seu mais alto patamar desde meados de 1999.
Caso as previsões mais pessimistas dos entrevistados se concretizem, o país terá a taxa de juros mais alta desde maio de 1999,
quando era de 27% ao ano.
O Copom fixa a taxa de juros do
país de acordo com as metas de
inflação estabelecidas pelo governo. Os últimos levantamentos de
mercado realizados revelam que
os economistas esperam que o
país ultrapasse os limites de inflação fixados para este ano, de
5,5%, e do ano que vem, de 6,5%.
De acordo com eles, a taxa deve
fechar 2002 com alta de 11% e o
próximo ano com aumento de
10%, impulsionada principalmente pela forte desvalorização
do real diante do dólar.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Concentração de dívida cambial vai cair Próximo Texto: Opinião econômica - Gesner Oliveira: A aventura de 2003 Índice
|