CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O volume de vendas do comércio medido pelo IBGE passou de uma queda de 1,39% em setembro para crescimento de 0,64% em outubro, em relação ao mesmo período do ano passado, mas ainda acumula um desempenho negativo ao longo dos dez primeiros meses do ano, com queda de 0,15%. Nos 12 meses encerrados em outubro, a queda é de 0,64%.
"É uma estagnação mesmo", disse o economista Nilo Lopes de Macedo, analista da equipe do IBGE responsável pela elaboração do índice. Ele previu que este ano as vendas do varejo deverão empatar com as do ano passado, quando o volume comercializado havia caído 1,59%. Ele afirma que as vendas de Natal este ano podem ser melhores. que em 2001.
Sobre o comportamento das vendas em outubro, Macedo disse que elas ratificaram uma tendência marcada pelo "cai aqui, sobe ali" que prevaleceu ao longo do ano. As causas, segundo o economista, são a queda do nível de renda; o desemprego alto; a crise internacional; a alta do dólar; e o quadro de incerteza política.
Em conjunturas como essas, segundo Macedo, o consumidor fica indeciso, ousando se endividar em um mês para cobrir necessidades, mas recuando logo depois para não correr o risco de contrair dívidas em excesso.
E os números da receita nominal (sem desconto da inflação) do varejo seguem mostrando crescimento, tanto no mês (9,49%) como no ano (6,43%). Como o volume de vendas não está crescendo, Macedo disse que o aumento da receita mostra que os varejistas estão reajustando seus preços.
A análise do desempenho dos grupos de atividades que compõem o indicador do IBGE mostra que foi a queda de apenas 0,50% nas vendas do grupo integrado pelos super e hipermercados o principal responsável pela inversão de negativo para positivo do indicador geral.


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