São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

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País ainda tem muito a fazer, alerta Bird

DE WASHINGTON

O presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, avaliou ontem que o Brasil ainda tem muito o que fazer para reduzir a pobreza, e que a América Latina precisa crescer mais alguns dígitos para atender uma parcela maior da população do continente. Nesse cenário, ele considerou "um bom sinal" a decisão de antecipar o pagamento da dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional), anunciada ontem.
Hoje, Wolfowitz embarca para uma viagem de seis dias pelo Brasil, onde pretende "entender" a posição adotada pelo Itamaraty nos diálogos de comércio global, visitar favelas, encontrar-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Antonio Palocci (Fazenda) e conhecer, na prática, os resultados obtidos em projetos financiados pela instituição.
"A performance [econômica] da América Latina tem sido boa, mas não grande. Quero ter uma idéia melhor sobre o que fazer para ajudar durante essa visita. As taxas de crescimento são boas, mas precisam de mais alguns pontos para atingir mais pessoas", disse o presidente do Bird.
Comumente chamado de "falcão", por sua atitude conservadora, Wolfowitz elogiou a economia do Brasil. "Parece uma clara indicação da força da economia do Brasil e acredito que é um bom sinal", disse.
Em entrevista concedida ontem na sede do Bird, Wolfowitz indicou que pretende concentrar a parceria com o Brasil em projetos de combate à pobreza, como o Bolsa-Família, e de proteção sustentável do ambiente. E evitou comentar a atual crise política que consome esforços diários do governo federal, elogiando apenas o papel da imprensa no desenrolar do caso do mensalão.
"Entendo que não devo comentar sobre esse assunto tão sensível no Brasil, exceto para dizer que é impressionante o Brasil ser uma democracia com imprensa livre. Acredito que essa é a melhor maneira de lidar com a corrupção."
No roteiro, Wolfowitz passará por São Paulo, Ribeirão Preto, Brasília, algumas cidades do Nordeste e Belém.
"O Brasil é um dos nove países que possuem esse tesouro extraordinário que é a Amazônia, que é tanto um tesouro nacional como um ativo de muitas maneiras para a comunidade mundial."
O presidente do Bird disse ainda que é preciso agir de "mente aberta" com governos de esquerda como o de Hugo Chávez, da Venezuela. (ID)


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