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País ainda tem muito a fazer, alerta Bird
DE WASHINGTON
O presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, avaliou
ontem que o Brasil ainda tem
muito o que fazer para reduzir
a pobreza, e que a América Latina precisa crescer mais alguns
dígitos para atender uma parcela maior da população do
continente. Nesse cenário, ele
considerou "um bom sinal" a
decisão de antecipar o pagamento da dívida com o FMI
(Fundo Monetário Internacional), anunciada ontem.
Hoje, Wolfowitz embarca para uma viagem de seis dias pelo
Brasil, onde pretende "entender" a posição adotada pelo
Itamaraty nos diálogos de comércio global, visitar favelas,
encontrar-se com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Antonio Palocci (Fazenda) e conhecer, na prática, os
resultados obtidos em projetos
financiados pela instituição.
"A performance [econômica] da América Latina tem sido
boa, mas não grande. Quero ter
uma idéia melhor sobre o que
fazer para ajudar durante essa
visita. As taxas de crescimento
são boas, mas precisam de
mais alguns pontos para atingir
mais pessoas", disse o presidente do Bird.
Comumente chamado de
"falcão", por sua atitude conservadora, Wolfowitz elogiou a
economia do Brasil. "Parece
uma clara indicação da força da
economia do Brasil e acredito
que é um bom sinal", disse.
Em entrevista concedida ontem na sede do Bird, Wolfowitz
indicou que pretende concentrar a parceria com o Brasil em
projetos de combate à pobreza,
como o Bolsa-Família, e de
proteção sustentável do ambiente. E evitou comentar a
atual crise política que consome esforços diários do governo
federal, elogiando apenas o papel da imprensa no desenrolar
do caso do mensalão.
"Entendo que não devo comentar sobre esse assunto tão
sensível no Brasil, exceto para
dizer que é impressionante o
Brasil ser uma democracia com
imprensa livre. Acredito que
essa é a melhor maneira de lidar com a corrupção."
No roteiro, Wolfowitz passará por São Paulo, Ribeirão Preto, Brasília, algumas cidades do
Nordeste e Belém.
"O Brasil é um dos nove países que possuem esse tesouro
extraordinário que é a Amazônia, que é tanto um tesouro nacional como um ativo de muitas maneiras para a comunidade mundial."
O presidente do Bird disse
ainda que é preciso agir de
"mente aberta" com governos
de esquerda como o de Hugo
Chávez, da Venezuela.
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