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Notícia derruba risco ao menor nível histórico
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A notícia de que o governo brasileiro vai antecipar o pagamento
de dívidas com o FMI ajudou a
empurrar o risco-país para seu
menor nível histórico. O indicador fechou ontem a 311 pontos,
em baixa de 1,58%.
"Essa decisão vem em linha
com a estratégia de dissociar o
passivo de pontos de instabilidade. E dívidas com o FMI são associadas a períodos de maior insegurança", afirma Roberto Padovani, economista da consultoria
Tendências.
Para os grandes investidores internacionais, o fato de o Brasil
quitar importante volume de dívidas que têm com o FMI pode
significar que aplicar em ativos do
país representa cada vez mais riscos menores.
Como o risco-país é uma espécie de termômetro da capacidade
de um governo honrar suas dívidas, a maior credibilidade depositada no Brasil tende a derrubar o
indicador.
E, quanto mais baixo o risco-país estiver, maiores são as facilidades de conseguir recursos emprestados no mercado internacional.
O dólar registrou valorização de
0,27% ontem, em seu quinto dia
seguido de alta -nesse período, a
moeda subiu 4,09%. No fim do
dia, a divisa americana era vendida a R$ 2,266.
Analistas afirmam que o anúncio de pagamento antecipado da
dívida com o Fundo Monetário
Internacional ajudou a depreciar
o real. Para os próximos dias, a
tendência é o dólar seguir em alta.
Isso acontece porque parte das
reservas internacionais do país serão usadas para pagar o Fundo.
Assim, abre-se mais espaço para o
governo adquirir dólares no mercado de câmbio.
Como a dívida de um país com
o FMI é levada em conta na avaliação das agências de classificação de risco, o "rating" (nota de
risco) brasileiro ganha chances
mais fortes de ser elevado em breve. "À medida que vai diminuindo o nível de endividamento, os
indicadores de solvência vão melhorando", afirma Alexandre
Lintz, estrategista-chefe do banco
BNP Paribas.
As atuações freqüentes do Banco Central no mercado têm pesado na alta do dólar. Ontem, o BC
retirou mais US$ 600 milhões do
mercado futuro. A mesma quantidade poderá ser comprada hoje.
"O real tende a permanecer
pressionado por conta da continuidade das intervenções do Banco Central no mercado cambial",
avalia o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco.
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