DA BLOOMBERG

Os preços da borracha devem alcançar seu nível mais alto dos últimos 21 anos. Motivo: a violência que se instaurou na Tailândia está impedindo o país, que é o maior fornecedor mundial do produto, de atender à crescente demanda por parte da China.
Os proprietários de plantações de seringueiras da Tailândia, país responsável por 38% da oferta mundial de borracha, estão sendo impedidos de produzir devido aos combates entre a polícia e os ativistas islâmicos, que pretendem instaurar um Estado muçulmano independente no país, cuja população é 90% budista.
A produção, já comprometida pelas intensas chuvas, poderá cair ainda mais porque o toque de recolher e o temor de atentados estão reduzindo o tempo que os trabalhadores passam recolhendo o látex das seringueiras.

Primeira queda desde 1996
"Ao que parece, a produção de borracha das principais regiões de cultivo vai cair", disse Hiroshi Munakata, analista de commodities da corretora Asahi Trust Co.
"A instabilidade política e o clima desfavorável terão efeito significativo sobre a produção e os preços do produto."
A produção de borracha processada na região sul da Tailândia caiu 4% em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado, passando para 69 mil toneladas, segundo o Banco Central do país.
A produção do país neste ano poderá ficar abaixo dos 3 milhões de toneladas extraídos em 2004, disse Saelim Piyaporn, diretor da Associação Tailandesa da Borracha, que reúne os exportadores do produto. A possível queda deste ano será a primeira desde 1996.
A borracha natural negociada na Bolsa de Commodities de Tóquio, o maior mercado de contratos futuros do mundo para o produto, poderá subir 5,2%, para 230 ienes (US$ 1,91 -pela cotação de ontem, R$ 4,32) por quilo em 2006, segundo a média das previsões de sete corretores e analistas ouvidos pela Bloomberg News.
As montadoras chinesas estão elevando sua produção automobilística em cerca de 15% e sua demanda por borracha está aumentando. A oferta de borracha despencou 78% neste ano nos armazéns monitorados pela Bolsa de Xangai.


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