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CRIAÇÃO & CONSUMO
Admirável mundo hipernovo
ERH RAY
Há cerca de quatro anos, apenas uma dúzia de pessoas usava
sistematicamente a Internet na
DM9. Hoje, não há um único
dos nossos mais de 200 funcionários que não verifique seu
correio eletrônico várias vezes
ao dia. Mais ainda: poucos deles
se lembram daquele passado remoto (!) no qual "DHTML's",
"pop-ups" e "banners" eram
termos mais herméticos do que
economês em época de hiperinflação.
Da mesma forma, a criação
publicitária abraçou a Internet
com uma velocidade impressionante. Ainda que, sim,
"DHTML's", "pop-ups" e "banners" sejam termos novatos no
universo dos "lay-outs" e "teasers", cada vez mais são palavras que soam naturalmente na
boca de todos nós, como se estivessem estado ali por anos.
Se no começo efetivo da Internet como mídia comercial a
criação para ela era feita apenas por profissionais "nascidos"
na web, que nem se sabia ao
certo se pertenciam ao time da
criação ou da mídia, hoje duplas de redator e diretor de arte
que criam para a TV, o rádio, o
jornal e outdoor também criam
para a net, formando com webdesigners ou programadores
trios de criação para a Internet.
O fato é que a intimidade
criada com os frutos da tecnologia neste fim de século acontece
cada vez mais velozmente. Vinte anos atrás, poucos usavam
computador; há 15, muitos ainda preferiam o telex ao fax; há
dez, o celular ainda engatinhava. Mas qual de nós se lembra
de ter vivido sem um deles algum dia?
E agora, quando todos nós começamos a achar a coisa mais
natural do mundo o homebanking e o homeshopping feitos no
computador doméstico, já começamos a nos perguntar: com
a fusão de megarredes de TV e
superprovedores de Internet, será que a recém-nascida e já tradicional criação de "banners" e
sites para a web vai mudar, caso
a transmissão de dados por telefone passe a ser feita pelos cabos
de TV e se a tela dos computadores for substituída pela de sua
TV de 37 polegadas? Imagine o
que seria a Internet via banda
larga! Seria não, será: parece
que esse futuro, o da web-tv, está logo ali, depois da curva.
Na verdade, meu amigo, a publicidade criada para a net não
mudará em nada, assim como
não muda a da TV, a de rádio, a
de jornais, a de revistas, a de
outdoors... Porque não importa
o meio, não importa o aparato
tecnológico por trás. Seja qual
for o formato, sempre precisará
haver criatividade e pertinência. Ou você acha que faria alguma diferença, digamos, para
Fernando Pessoa, escrever à
mão, à máquina, no computador ou, simplesmente, ditar suas
poesias usando o comando de
voz de um supereditor de texto?
Erh Ray, 34, diretor de criação, escreveu
neste espaço a convite de Nizan Guanaes,
presidente da DM9DDB.
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