|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MICROSOFT
Executivo deixa presidência da empresa para se dedicar ao desenvolvimento de novos aplicativos
Bill Gates vai se concentrar na Internet
MALU GASPAR
de Nova York
A decisão de Bill Gates de mudar de cargo na Microsoft, depois
de 25 anos na presidência da empresa, foi mais um sinal da crescente importância da Internet na
economia dos Estados Unidos.
Ontem, ao anunciar que deixa
de ser o diretor-executivo da Microsoft para ser "arquiteto de
software", Gates corroborou a noção de que os negócios ligados à
Internet estão se transformando
num setor dominante.
A compra da Time Warner pela
América Online, maior provedor
dos EUA, já tinha assinalado o fenômeno e fez com que as ações
das companhias do setor disparassem no mercado financeiro. E
outra grande empresa do setor, a
IBM, anunciou ontem que destinará US$ 500 milhões para empresas que estejam criando novos
aplicativos para Internet.
A principal atribuição de Gates
a partir de agora será desenvolver
aplicativos para serem usados na
Internet, ponto fraco da empresa,
cujo principal produto é o Windows, aplicativo para PCs.
"Nós temos agora uma incrível
oportunidade de revolucionar o
uso da Internet. Precisamos trazer uma nova plataforma de serviços para a Internet, e queremos
ter Bill Gates 100% concentrado
nisso", afirmou o substituto de
Gates, Steve Ballmer, 43.
Essa nova plataforma de serviços, que deverá ser lançada nos
próximos três ou quatro meses,
deverá incluir aplicativos para serem usados na rede de computadores pelos "consumidores, pequenos negócios e pesquisadores", segundo Ballmer. Tanto ele
quanto Gates fazem questão de
dizer que a mudança não teve nada a ver com a negociação antitruste entre o governo dos EUA e
a Microsoft. As partes envolvidas
na negociação disseram a vários
órgãos de imprensa que o governo proporá a divisão da empresa.
Segundo alguns analistas, Ballmer faria o papel do "linha-dura"
na negociação. Um pouco de sua
performance já começou a ser observada no final da tarde de anteontem. "Acho que seria precipitação e irresponsabilidade de
quem quer que seja tentar dividir
esta empresa" foi uma de suas
primeiras declarações no cargo.
Para reforçar seus argumentos
de que a Microsoft não é um monopólio, como afirma o governo
dos EUA, Ballmer fez ainda referência à grande competição nos
negócios com Internet. Citou a
Sun, Oracle, a AOL e o sistema Linux como importantes rivais.
Nesta semana, por exemplo, a
IBM anunciou que todas os seus
novos produtos passarão a ser
compatíveis com o sistema operacional Linux, um sistema operacional alternativo ao Windows.
Com o anúncio das mudanças,
as ações da Microsoft, que vinham caindo durante a semana,
voltaram a subir. Fecharam o dia
ontem com alta de 4,7%.
Texto Anterior: Criação & consumo - Erh Ray: Admirável mundo hipernovo Próximo Texto: Eletrônica: Thomson compra Racal por US$ 2 bi Índice
|