São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


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MICROSOFT
Executivo deixa presidência da empresa para se dedicar ao desenvolvimento de novos aplicativos
Bill Gates vai se concentrar na Internet

MALU GASPAR
de Nova York

A decisão de Bill Gates de mudar de cargo na Microsoft, depois de 25 anos na presidência da empresa, foi mais um sinal da crescente importância da Internet na economia dos Estados Unidos.
Ontem, ao anunciar que deixa de ser o diretor-executivo da Microsoft para ser "arquiteto de software", Gates corroborou a noção de que os negócios ligados à Internet estão se transformando num setor dominante.
A compra da Time Warner pela América Online, maior provedor dos EUA, já tinha assinalado o fenômeno e fez com que as ações das companhias do setor disparassem no mercado financeiro. E outra grande empresa do setor, a IBM, anunciou ontem que destinará US$ 500 milhões para empresas que estejam criando novos aplicativos para Internet.
A principal atribuição de Gates a partir de agora será desenvolver aplicativos para serem usados na Internet, ponto fraco da empresa, cujo principal produto é o Windows, aplicativo para PCs.
"Nós temos agora uma incrível oportunidade de revolucionar o uso da Internet. Precisamos trazer uma nova plataforma de serviços para a Internet, e queremos ter Bill Gates 100% concentrado nisso", afirmou o substituto de Gates, Steve Ballmer, 43.
Essa nova plataforma de serviços, que deverá ser lançada nos próximos três ou quatro meses, deverá incluir aplicativos para serem usados na rede de computadores pelos "consumidores, pequenos negócios e pesquisadores", segundo Ballmer. Tanto ele quanto Gates fazem questão de dizer que a mudança não teve nada a ver com a negociação antitruste entre o governo dos EUA e a Microsoft. As partes envolvidas na negociação disseram a vários órgãos de imprensa que o governo proporá a divisão da empresa.
Segundo alguns analistas, Ballmer faria o papel do "linha-dura" na negociação. Um pouco de sua performance já começou a ser observada no final da tarde de anteontem. "Acho que seria precipitação e irresponsabilidade de quem quer que seja tentar dividir esta empresa" foi uma de suas primeiras declarações no cargo.
Para reforçar seus argumentos de que a Microsoft não é um monopólio, como afirma o governo dos EUA, Ballmer fez ainda referência à grande competição nos negócios com Internet. Citou a Sun, Oracle, a AOL e o sistema Linux como importantes rivais.
Nesta semana, por exemplo, a IBM anunciou que todas os seus novos produtos passarão a ser compatíveis com o sistema operacional Linux, um sistema operacional alternativo ao Windows.
Com o anúncio das mudanças, as ações da Microsoft, que vinham caindo durante a semana, voltaram a subir. Fecharam o dia ontem com alta de 4,7%.


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