São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Telefónica quer 5º lugar do ranking

FELIPE PATURY
da Reportagem Local

A Telefónica, controladora da Telesp e da Tele Sudeste Celular, pretende saltar de oitavo para quinto lugar no ranking das maiores empresas de telefonia nos próximos anos. A estratégia está implícita na decisão de investir US$ 21,7 bilhões na aquisição do controle de suas operadoras no Brasil, Argentina e Peru anunciada no último dia 13.
Os técnicos da Telefónica no Brasil ainda não fizeram as contas, mas acreditam que só a decisão de ontem leva a empresa ao sétimo lugar no ranking.
Os investimentos estão relacionados ao temor da Telefónica de ser engolfada numa fusão de empresas do setor ou de sofrer uma operação de tomada hostil de controle nas Bolsas de Valores.
O medo decorre de uma avaliação dos técnicos da empresa de que o mercado mundial de telefonia não terá espaço nos próximos dez anos para mais de seis grandes empresas. Por isso, todo os esforços da Telefónica são para crescer rápido agora.
A intenção da holding espanhola era estender a operação de compra de ações anunciada no dia 13 até a Compania Telefónica de Chile, na qual tem 36,4% das ações. A Telefónica voltou atrás depois que seus advogados informaram que a legislação local impedia o aumento da participação.
Mesmo assim, a Telefónica agregou US$ 20 bilhões ao seu valor de mercado com a operação de compra de ações, segundo avaliação dos técnicos da empresa na Espanha. Seu valor saltou de US$ 20 bilhões para US$ 80 bilhões.
A cúpula da empresa na Espanha discute, agora, com os dirigentes da Telefônica no Brasil estratégias para crescimento no mercado local. A razão é simples. A Telefónica elegeu o mercado latino-americano como seu principal foco de investimento.
Com isso, o crescimento do grupo depende agora do expansão dos negócios no Brasil, que tem o maior mercado da região e ainda com demanda reprimida por serviços de telecomunicações.
A Folha apurou que a rota de expansão da Telefônica no mercado brasileiro começa em 2002, quando a empresa pretende ter atendido a demanda reprimida por telefones fixos em São Paulo.
A empresa, líder no Brasil em valor de mercado, fica em segundo lugar em número de linhas. Tem 1,5 milhão de telefones instalados a menos do que a Telemar. A intenção é acabar com a diferença com o atendimento da demanda reprimida em São Paulo.
Num relatório preparado há um mês, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmava que a Telefónica deve acabar com a demanda reprimida em São Paulo em 2002 e deve ser a primeira empresa a procurar novos mercados no país.
Depois que o objetivo estiver atingido, a Telefónica se voltará para a conquista de posições no Sul e no Sudeste. Os primeiros mercados a serem atacados pela Telefónica serão Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.


Texto Anterior: Telefónica: Proposta espanhola divide os analistas
Próximo Texto: França: Lagardère e Vivendi vão se associar
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.