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Telefónica quer 5º lugar do ranking
FELIPE PATURY
da Reportagem Local
A Telefónica, controladora da
Telesp e da Tele Sudeste Celular,
pretende saltar de oitavo para
quinto lugar no ranking das
maiores empresas de telefonia
nos próximos anos. A estratégia
está implícita na decisão de investir US$ 21,7 bilhões na aquisição
do controle de suas operadoras
no Brasil, Argentina e Peru anunciada no último dia 13.
Os técnicos da Telefónica no
Brasil ainda não fizeram as contas, mas acreditam que só a decisão de ontem leva a empresa ao
sétimo lugar no ranking.
Os investimentos estão relacionados ao temor da Telefónica de
ser engolfada numa fusão de empresas do setor ou de sofrer uma
operação de tomada hostil de
controle nas Bolsas de Valores.
O medo decorre de uma avaliação dos técnicos da empresa de
que o mercado mundial de telefonia não terá espaço nos próximos
dez anos para mais de seis grandes empresas. Por isso, todo os esforços da Telefónica são para
crescer rápido agora.
A intenção da holding espanhola era estender a operação de
compra de ações anunciada no
dia 13 até a Compania Telefónica
de Chile, na qual tem 36,4% das
ações. A Telefónica voltou atrás
depois que seus advogados informaram que a legislação local impedia o aumento da participação.
Mesmo assim, a Telefónica
agregou US$ 20 bilhões ao seu valor de mercado com a operação
de compra de ações, segundo avaliação dos técnicos da empresa na
Espanha. Seu valor saltou de US$
20 bilhões para US$ 80 bilhões.
A cúpula da empresa na Espanha discute, agora, com os dirigentes da Telefônica no Brasil estratégias para crescimento no
mercado local. A razão é simples.
A Telefónica elegeu o mercado latino-americano como seu principal foco de investimento.
Com isso, o crescimento do grupo depende agora do expansão
dos negócios no Brasil, que tem o
maior mercado da região e ainda
com demanda reprimida por serviços de telecomunicações.
A Folha apurou que a rota de
expansão da Telefônica no mercado brasileiro começa em 2002,
quando a empresa pretende ter
atendido a demanda reprimida
por telefones fixos em São Paulo.
A empresa, líder no Brasil em
valor de mercado, fica em segundo lugar em número de linhas.
Tem 1,5 milhão de telefones instalados a menos do que a Telemar.
A intenção é acabar com a diferença com o atendimento da demanda reprimida em São Paulo.
Num relatório preparado há
um mês, a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) confirmava que a Telefónica deve
acabar com a demanda reprimida
em São Paulo em 2002 e deve ser a
primeira empresa a procurar novos mercados no país.
Depois que o objetivo estiver
atingido, a Telefónica se voltará
para a conquista de posições no
Sul e no Sudeste. Os primeiros
mercados a serem atacados pela
Telefónica serão Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Paraná.
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