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AVIAÇÃO
Aérea aproveita espaço aberto com colapso da Vasp e ganha R$ 341 mi em 2004; empresa planeja aumento de capital na Bolsa
TAM anuncia maior lucro de sua história
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com assentos disponíveis para
abocanhar a maior parte da fatia
de mercado deixada para trás pela
Vasp, cortando custos e aumentando a utilização de suas aeronaves, a TAM lucrou R$ 341 milhões
em 2004, o maior resultado da
história da companhia aérea.
A empresa, comentam analistas, estava "no lugar certo e na hora certa" no ano passado: tinha
oferta sobrando, o que não era o
caso da Gol, e assim conseguiu se
beneficiar mais da derrocada da
Vasp -que ocorreu mais rápido
que se esperava- e do crescimento da demanda estimulado
pelo aquecimento da economia.
Além da disponibilidade de assentos, ajudou o fato de a TAM,
assim como a companhia de
Wagner Canhedo, ter uma presença forte no Nordeste.
A TAM começou 2004 com
uma participação de mercado de
33,8% e chegou a dezembro com
41,17%. Lucrou 96,3% a mais do
que em 2003. Sua receita no ano
passado foi de R$ 4,7 bilhões, um
crescimento de 25,9% na comparação com o ano anterior.
Para reduzir custos e aumentar
a produtividade, a TAM criou no
início de 2004 uma nova vice-presidência para planejamento de
malha e frota. A utilização das aeronaves subiu. "Saímos de uma
utilização diária de 6 horas por dia
por avião para 8,8", afirma Libano
Miranda Barroso, vice-presidente
financeiro da TAM.
Mesmo com a alta do combustível, de 26% no ano, a companhia
aérea manteve o mesmo custo por
assento de 2003. Apesar dos cortes de gastos, no entanto, os custos operacionais como um todo
cresceram 16,6%.
A despeito dos bons resultados
apresentados em 2004, a empresa,
que tem planos de realizar uma
nova captação em Bolsa, tem desafios pela frente em 2005.
Um deles é contornar os efeitos
do fim do compartilhamento de
vôos com a Varig -as empresas
apresentam hoje ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) proposta de operacionalização do término do acordo. Ambas pretendem pedir o
maior prazo possível para continuar com o "code share": querem
cerca de cinco meses.
"Nossos custos vão crescer com
o fim do acordo, mas queremos
compensar absorvendo mais passageiros", diz Barroso.
Um dos argumentos para tentar
convencer o órgão será que o consumidor pode ser prejudicado no
caso de um rompimento rápido.
Outra ameaça ao mercado como um todo é a possibilidade de
superoferta, já que várias aéreas
estão pedindo autorização para o
DAC (Departamento de Aviação
Civil) para importar aeronaves.
"A questão regulatória é um risco,
mas confiamos em que o DAC vá
continuar sendo racional".
Barroso diz que o momento é
favorável para uma emissão, mas
não especificou o valor.
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