São Paulo, sábado, 15 de março de 1997.

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FINANCIAMENTO
Banco quer facilitar liberação de empréstimo
BNDES pretende ampliar o crédito

LUIZ ANTONIO CINTRA
da Reportagem Local

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende ampliar as linhas de crédito e simplificar o processo de liberação dos empréstimos, com juros cada vez mais próximos aos das economias desenvolvidas.
Pelo menos é esse o resumo da ``carta de intenções'' apresentada ontem pelo presidente do banco, Luiz Carlos Mendonça de Barros, a empresários e lideranças da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Segundo informou o presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, os técnicos do BNDES preparam medidas para agilizar a concessão de financiamentos, que deve ficar pronto em 60 dias.
Um dos objetivos do pacote será estimular investimentos que mais tarde devem se transformar em exportações, melhorando assim as contas externas do país.
``O presidente do BNDES anunciou que pretende fazer mudanças estruturais na instituição, para que ela chegue mais perto do setor produtivo'', afirmou Moreira Ferreira, após sair do encontro com Mendonça de Barros.
Um exemplo dado por ele sobre o rumo que as operações do banco devem tomar é o caso dos empréstimos concedidos à Confab e à Bardella. Como as empresas participavam de concorrências internacionais, disputadas por grupos estrangeiros, precisavam de uma linha de crédito compatível com as condições internacionais.
``O que o BNDES fez foi algo inédito: emprestou dinheiro a taxas e prazos compatíveis, permitindo que as empresas disputassem em igualdade'', afirmou o presidente da federação.
Entre os setores que o BNDES escolheu como prioritários estão o de agroindústria e também o de máquinas e equipamentos.
Para facilitar o acesso ao crédito o BNDES pretende criar a aprovação automática de financiamentos, até um limite que será definido previamente empresa a empresa.
Esse mecanismo, no entanto, será usado para financiamentos acima de R$ 5 milhões. ``As empresas não precisarão entrar com toda a papelada a cada projeto, o que vai agilizar muito a liberação dos recursos'', avaliou Moreira Ferreira.
Outra novidade é que os recursos do BNDES poderão ser usados para financiar até 100% de um projeto, o que hoje não ocorre.
E por último, disse Moreira Ferreira, o custo dos empréstimos também deve cair, ficando na faixa de um dígito, no caso dos financiamentos em que incide a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), atualmente em 10,3% ao ano.

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