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TELEFONIA
Ministro das Comunicações quer tirar da agência poder de renegociar acordos de 2006 a 2026 com as operadoras
Miro quer mudar contrato no lugar da Anatel
ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE, NO RIO RIO DE JANEIRO
O Ministério das Comunicações
tomará da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a
atribuição de fechar os novos
contratos com as empresas de telefonia de 2006 até 2026.
Embora a minuta com a proposta da Anatel esteja em consulta pública até segunda-feira, o ministro das Comunicações, Miro
Teixeira, vai fechar até junho uma
proposta para os contratos a ser
discutida com as empresas.
"O contrato é um instrumento
de definição de política de telecomunicações do governo do Brasil.
À agência [reguladora] compete
regulamentar e fiscalizar", disse o
ministro. As sugestões apresentadas durante a consulta pública da
Anatel, segundo o ministro, serão
aproveitadas.
Miro também criticou a atuação
da agência reguladora, mas disse
que se trata de um problema a ser
resolvido pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
"O funcionamento da agência
não é bom. Não é nada bom. As
empresas reclamam de que são
impedidas de investir no Brasil, e
a agência barra os recursos."
Indexadores
A principal modificação nos
contratos a partir de 2006 será o
fim do uso de indexadores para o
reajuste das tarifas. O mercado ficaria livre.
"Não há probabilidade de o Brasil continuar com indexação de
nenhuma espécie. A solução é desindexar e estimular a competição", disse o ministro.
Atualmente, as tarifas de telefonia são reajustadas de acordo com
o IGP-DI (Índice Geral de Preços,
Disponibilidade Interna), muito
sensível às oscilações da cotação
do dólar.
Em relação ao reajuste contratual deste ano, previsto para julho, Miro começará a negociar
sua redução com as prestadoras
de serviços em dez dias. Se o reajuste for integralmente concedido, as tarifas aumentariam cerca
de 34%, segundo projeções.
Para o ministro, não interessa às
companhias aplicar 34% de reajuste porque a inadimplência
cresceria, a cadeia produtiva do
país seria afetada e os índices de
inflação cresceriam.
Ilegal
A Folha apurou com um executivo ligado às telecomunicações
que a transferência da atribuição
da Anatel para o governo de fechar novos contratos e ilegal
-dependeria de projeto de lei a
ser enviado ao Congresso.
Procurada, a Anatel não se pronunciou sobre o assunto.
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