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ANO DO DRAGÃO
José Alencar diz que a taxa atual é um "despropósito'; macroeconomia aponta queda, afirma senador
Vice e Mercadante querem cortar juro já
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A seis dias da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o vice-presidente, José Alencar, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, voltaram
a defender ontem a redução dos
juros -a reunião que define a taxa será na próxima semana.
Alencar usou em sua argumentação a queda do IPCA, o índice
oficial de inflação e principal referência para a política monetária
do governo. Questionado se agora seria iminente a queda, ele respondeu: "Claro! Quando assumimos o governo, era natural que
houvesse o recrudescimento da
inflação. Agora a inflação está domada. A expectativa de inflação
para os próximos 12 meses é muito pequena. Então, é um despropósito esse juro".
Mercadante, que é economista,
disse que "todas as condições macroeconômicas do país apontam
para a possibilidade de queda nos
juros. Esse é todo o trabalho que o
governo vem fazendo".
Ele ressalvou, no entanto, que é
o BC que decidirá "quando, quanto e como" os juros cairão, de forma "cuidadosa e sustentável".
"Quando a gente reduz de forma
açodada e apressada os juros, o
que ocorre é que mais para a frente a taxa tem de voltar a subir."
Ao proferir suas declarações sobre economia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)
ontem, o vice-presidente disse
que o governo se esforça, mas
que, aos olhos internacionais, tem
que ter cautela.
Alencar citou os esforços do governo para atingir superávits primários, apesar de a economia não
ter crescido e setores importantes
estarem sem receber investimentos. "Estou dizendo isso apenas
com o intuito de lembrar que nós
falamos tanto de economês que
nos esquecemos da economia."
Tendo ao lado o ministro da
Educação, Cristovam Buarque, o
vice-presidente citou economias
da Ásia e dos investimentos em
educação e pesquisa que países de
lá fizeram para entrar na questão
dos juros. "É propósito firme do
presidente Lula não deixar faltar
recursos para a educação. Voltando ao economês, nós gastamos
26,5% de taxa básica de juros. Vamos admitir que se nós conseguíssemos reduzir um ponto percentual, isso significaria uma coisa de R$ 750 milhões por mês, R$
9 bilhões por ano."
E comparou tal situação com os
R$ 10 milhões reivindicados pela
UFMG para completar o orçamento deste ano.
(PAULO PEIXOTO E FÁBIO ZANINI)
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