MARIA LUIZA ABBOTT
DE MADRI

O Banco Central vai reduzir, pela segunda vez este ano, a previsão de ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil. Segundo a Folha apurou, a nova estimativa deve ficar próxima de US$ 12 bilhões. O presidente do BC, Henrique Meirelles, confirma a revisão, mas diz que o novo número ainda não está fechado.
"O BC está examinando. Não temos ainda uma confirmação de que o número será muito menor do que US$ 13 bilhões. Pode ser menor, mas pode ser próximo disso", disse Meirelles.
A primeira estimativa do BC era de que o país receberia US$ 15 bilhões em IED, mas em abril foi feita a primeira revisão, e o número foi reduzido para US$ 13 bilhões. Meirelles atribui a queda às decisões tomadas pelas empresas ainda no ano passado, durante a crise de confiança dos mercados no Brasil, que elevou a risco país para cerca de 2.400 pontos acima das taxas cobradas pelo Tesouro americano, e ao desaquecimento da economia mundial.

Visita do Fundo
A vice-diretora do Fundo Monetário Internacional, Anne Krueger, e o chefe do Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo, Anoop Singh, devem chegar ao Brasil nesta segunda. O convite foi feito pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e essa será uma visita de cortesia, segundo o secretário de Assuntos Internacionais, Otaviano Canuto.
Na segunda, Krueger vai à Universidade de São Paulo (USP) e depois à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Na terça, Krueger vai para Brasília e se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Palocci e a ministra de Ação e Promoção Social, Benedita da Silva, e também faz uma visita o Banco Central. Canuto disse que o encontro com a ministra Benedita se deve à importância que Krueger atribui às políticas sociais.


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