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TELES
Previsão é que índice, pelo contrato, ficasse em 32%; acordo ainda está em discussão e prevê redução em metas de serviços
Governo negocia teto de 29% para reajuste
FERNANDO RODRIGUES
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para obter um reajuste de tarifas
telefônicas menor do estipulam
os contratos, o governo negocia
com as empresas do setor uma redução nas metas de universalização dos serviços. Pelo acordo, ainda em discussão, o reajuste máximo não poderá superar 29%.
A fórmula de reajuste prevista
nos contratos de concessão prevê
que o aumento, que será aplicado
em junho, poderia variar de 29% a
43% para determinados itens que
fazem parte da "cesta de tarifas"
(habilitação, assinatura e pulso),
segundo estimativa oficial.
Os contratos estipulam que o
reajuste será de acordo com o
IGP-DI. Para junho, quando devem ser aplicados os aumentos
(para valer em julho), esse índice
deve ficar em 32%. As teles vão
aceitar um percentual menor
-de 28% a 29%-, mas em troca
ficarão desobrigadas de atingir
certas metas, como a instalação de
um certo número de telefones públicos, por exemplo.
O acordo tem um objetivo político e outro econômico. O político
é permitir ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) dizer aos usuários que conseguiu um "impor" um reajuste
menor do que o previsto nos contratos feitos no período da privatização (1998), ainda durante a administração de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O objetivo econômico é tentar
reduzir em parte o impacto do
reajuste das tarifas telefônicas sobre a inflação. Na prática, se conseguir um reajuste de 29%, o governo PT não terá conseguido negociar redução significativa de tarifas e estaria apenas operando
dentro das margens que a própria
regra contratual prevê.
Cesta X redutor
De acordo com as regras em vigor, as concessionárias (Telefônica, Telemar, Brasil Telecom e Embratel) têm direito a aumentar
mais do que o IGP-DI acumulado
nos últimos 12 meses em algum
item da "cesta de tarifas".
Por outro lado, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aplica um redutor, a título
de produtividade, sobre o IGP-DI
acumulado. O IGP-DI menos o
redutor estabelece o teto para a
"cesta de tarifas". É por causa do
redutor e da possibilidade de aumentos acima do IGP-DI que o
percentual de aumento varia para
cada item da "cesta".
Quando as operadoras reajustam alguns itens além do IGP-DI
acumulado, precisam aumentar
menos ou não aumentar outros,
para, na média, respeitar o teto da
"cesta". Geralmente, as teles aumentam mais na assinatura, valor
fixo pago mensalmente pelos
usuários.
O negociador do acordo tem sido o ministro das Comunicações,
o deputado federal Miro Teixeira
(PDT-RJ), que mantém contatos
com as empresas de telefone.
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) só concederá
reajuste menor do que o contratual para as teles caso esse seja o
pedido das empresas depois da
negociação com o governo.
Ontem o secretário de Telecomunicações do Ministério das
Comunicações, Pedro Jaime, disse que não há nada fechado com
as concessionárias em relação ao
reajuste de junho.
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