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OTIMISMO
Presidente do BC ressalta fundamentos da economia
Meirelles vê "quadro benigno" e diz que Brasil seguirá crescendo
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, disse ontem
que "o quadro mundial é benigno". Para ele, embora haja riscos,
a economia brasileira está crescendo e a solidez dos seus fundamentos permitirá que ela continue a crescer, passado o período
que ele considera como de ajuste.
"Os fundamentos da economia
estão em uma posição inédita na
história para enfrentarmos tudo
isso [a crise], nos adaptarmos aos
novos patamares do mercado e
continuarmos a crescer. Evidentemente, não há um crescimento,
uma evolução, linear, em razão
dessas condições [de instabilidade] do mercado internacional e
nacional, mas o importante é a
tendência", afirmou, em discurso
na posse da diretoria do Sindicato
dos Bancos do Rio de Janeiro.
Depois, Meirelles disse que o
efeito da atual alta do preço do petróleo no mercado internacional
sobre o crescimento brasileiro dependerá do quanto dure esse fenômeno e de qual será a atitude
da Petrobras diante dele.
A Petrobras tem dito que só aumentará os preços dos combustíveis se a alta que ocorre no mercado externo se consolidar em um
novo patamar de mercado.
Sobre a instabilidade do mercado financeiro, Meirelles disse que
o mundo está vivendo a chegada
de um novo ciclo de elevação das
taxas de juros nos países desenvolvidos, especialmente nos EUA.
Passado o perigo de deflação
(queda generalizada de preços,
associada geralmente a uma recessão) nos EUA, o Fed, o banco
central de lá, sinaliza com a elevação dos juros para evitar o risco de
inflação que vem com o reaquecimento da economia.
Segundo Meirelles, antes de elevar seus juros, o Fed está sinalizando cuidadosamente para o
mercado que a alta está próxima
de ocorrer para que os agentes
reorganizem suas posições (investimentos em títulos) diante da
nova conjuntura que está por vir.
A idéia seria de que, quando a taxa de juros do EUA subir, o mercado já esteja totalmente ajustado
e não sinta os efeitos da alta.
O reposicionamento, de acordo
com o presidente do BC, gera volatilidade, especialmente para os
mercados emergentes, dada a velocidade dos movimentos e o tamanho das posições.
Meirelles disse que, ao contrário
da última vez em que houve um
ciclo de ajuste dos juros americanos, em 1994, agora a economia
mundial está mais ajustada para
enfrentar a mudança.
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