São Paulo, sábado, 15 de maio de 2004

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OTIMISMO

Presidente do BC ressalta fundamentos da economia

Meirelles vê "quadro benigno" e diz que Brasil seguirá crescendo

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que "o quadro mundial é benigno". Para ele, embora haja riscos, a economia brasileira está crescendo e a solidez dos seus fundamentos permitirá que ela continue a crescer, passado o período que ele considera como de ajuste.
"Os fundamentos da economia estão em uma posição inédita na história para enfrentarmos tudo isso [a crise], nos adaptarmos aos novos patamares do mercado e continuarmos a crescer. Evidentemente, não há um crescimento, uma evolução, linear, em razão dessas condições [de instabilidade] do mercado internacional e nacional, mas o importante é a tendência", afirmou, em discurso na posse da diretoria do Sindicato dos Bancos do Rio de Janeiro.
Depois, Meirelles disse que o efeito da atual alta do preço do petróleo no mercado internacional sobre o crescimento brasileiro dependerá do quanto dure esse fenômeno e de qual será a atitude da Petrobras diante dele.
A Petrobras tem dito que só aumentará os preços dos combustíveis se a alta que ocorre no mercado externo se consolidar em um novo patamar de mercado.
Sobre a instabilidade do mercado financeiro, Meirelles disse que o mundo está vivendo a chegada de um novo ciclo de elevação das taxas de juros nos países desenvolvidos, especialmente nos EUA.
Passado o perigo de deflação (queda generalizada de preços, associada geralmente a uma recessão) nos EUA, o Fed, o banco central de lá, sinaliza com a elevação dos juros para evitar o risco de inflação que vem com o reaquecimento da economia.
Segundo Meirelles, antes de elevar seus juros, o Fed está sinalizando cuidadosamente para o mercado que a alta está próxima de ocorrer para que os agentes reorganizem suas posições (investimentos em títulos) diante da nova conjuntura que está por vir. A idéia seria de que, quando a taxa de juros do EUA subir, o mercado já esteja totalmente ajustado e não sinta os efeitos da alta.
O reposicionamento, de acordo com o presidente do BC, gera volatilidade, especialmente para os mercados emergentes, dada a velocidade dos movimentos e o tamanho das posições.
Meirelles disse que, ao contrário da última vez em que houve um ciclo de ajuste dos juros americanos, em 1994, agora a economia mundial está mais ajustada para enfrentar a mudança.


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