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O VÔO DA ÁGUIA
Dados divulgados nesta semana fazem crescer a expectativa de uma elevação nos juros já no próximo mês
Produção aumenta e inflação cai nos EUA
DA REDAÇÃO
As expectativas sobre uma elevação da taxa de juros nos Estados Unidos cresceram ontem
com a divulgação de novos indicadores, que reforçaram o cenário
de expansão da economia.
No indicador mais aguardado
pelo mercado, o da inflação ao
consumidor, os preços subiram
0,2%, abaixo das previsões dos
analistas e a menor alta no ano.
Em março, cresceram 0,5%.
Mais relevante, porém, o núcleo
do índice, que exclui as categorias
mais voláteis (alimentos e energia) e costuma ser o dado mais
observado pelo Federal Reserve
(o banco central americano), voltou a crescer em abril no acumulado em 12 meses.
Embora tenha mostrado desaceleração em abril, com alta de
0,3% (ante 0,4% em março), o núcleo registrou variação de 1,8%
nos 12 meses anteriores. Em março, a alta acumulada no período
era de 1,6%, e, em fevereiro, de
1,2%. Em janeiro, esse indicador
havia atingido o menor patamar
em 43 anos e ficou em 1,1%.
"Os dados sobre os preços ao
consumidor nesta semana sugerem que o repique do núcleo da
inflação já não pode ser ignorado", disse o economista Anthony
Karydakis, do Bank One.
Analistas destacaram que o núcleo da inflação costuma oscilar
de forma gradual.
A uma taxa anualizada, o núcleo
subiu 3% no primeiro quadrimestre. No ano passado inteiro, a
variação havia sido de 1,1%.
Anteontem o governo americano já havia divulgado que os preços no atacado registraram em
abril a maior elevação em um ano,
de 0,7%, impulsionados pela recente alta no setor de energia.
"O ritmo de aceleração dos preços em 2004 gera inquietude e deveria causar uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa de juros em
junho e dois outros aumentos antes do fim do ano", afirmou Robert Sinche, do Citigroup.
A próxima reunião do Fed será
nos dias 29 e 30 de junho. Na semana passada, o presidente da
instituição, Alan Greenspan, sinalizou que a elevação da taxa está
perto, mas que deverá acontecer
de forma "moderada".
Os juros nos EUA estão em 1%
ao ano desde junho de 2003, o menor patamar desde 1958.
O mercado de trabalho, o outro
indicador analisado cuidadosamente pelo Fed ao decidir sobre
os juros, também dá sinais de recuperar o fôlego. Em abril, a economia criou 288 mil vagas.
A volta da inflação é vista como
um sintoma natural da expansão
da economia, que cresceu 3,1% no
ano passado e 4,2% nos três primeiros meses de 2004.
Outros dados divulgados ontem
corroboram esse crescimento. A
produção industrial aumentou
0,8% em abril, a maior taxa desde
novembro passado. A taxa havia
caído 0,1% em março.
A utilização da capacidade alcançou o maior patamar em quase três anos, subindo de 76,5% para 76,9% em abril. E os estoques
cresceram 0,7% em março, um sinal de que os empresários começam a recuperar a confiança na
força da economia. Já as vendas
aumentaram 2,9% nesse mês,
contra 0,9% em fevereiro.
Embora não tenham sido tão
negativos como esperavam os
economistas, os dados sobre a inflação influenciaram os mercados. Na Bolsa de Nova York, o índice Nasdaq, das ações de empresas de alta tecnologia, perdeu
1,13%. Já o Dow Jones fechou estável, com alta de 0,02%.
Com agências internacionais
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