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Medida deve elevar juros para o consumidor
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento do volume de recursos que os bancos têm de manter
em uma conta no Banco Central
deve encarecer ainda mais o crédito. Com menos dinheiro disponível para emprestar, as instituições financeiras podem passar a
pedir taxas mais elevadas para
realizar as operações.
"Esse tipo de medida, que se
destina a diminuir a liquidez no
mercado, normalmente tem como reflexo o aumento dos juros
cobrados para se fazer empréstimos", afirma o economista-chefe
do ABN Amro Asset Management, Hugo Penteado.
Na opinião do estrategista-chefe
do HSBC Investment Bank, Dawber Gontijo, o impacto que o aumento da alíquota do compulsório terá sobre os juros perde um
pouco de importância devido à
escalada que as taxas futuras já tiveram nos últimos dias, embalada
pela turbulência que sacudiu o
mercado.
Com mais uma elevação do
compulsório sobre depósitos a
prazo, a economia brasileira pode
sofrer um agravamento do quadro de desaquecimento. O aumento dos custos dos empréstimos bancários para as empresas
compromete os investimentos e,
consequentemente, o crescimento. O crédito para as pessoas físicas também deve acabar sofrendo
com a medida.
Ao decisão do BC de aumentar a
alíquota de recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo
-principalmente aplicações em
CDBs (Certificados de Depósito
Bancário)- de 10% para 15% visa diminuir a pressão sobre o
câmbio, que voltou a disparar nos
últimos dias.
Em outubro do ano passado, o
BC já havia tomado essa medida.
Na época, a autoridade monetária
elevou a alíquota do compulsório
de zero para 10%.
A medida tem um efeito similar
a um aumento nos juros básicos
da economia, atualmente em
18,5% ao ano. "Mesmo assim,
continua bastante complicado
para o Copom cortar os juros na
próxima semana", diz Penteado.
Para Carlos Kawall, economista-chefe do Citibank, o impacto
da medida no crédito será pequeno devido à alta que os juros futuros já tiveram neste mês. "A alta
nos juros futuros já tem um impacto negativo na atividade", afirma Kawall.
Na opinião da economista do
banco InterAmerican Express
Roberta Costa, a medida não deve
ter um impacto muito grande sobre o crédito, como aconteceu em
outubro do ano passado.
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