SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na quinta-feira, os fundos voltaram a ter perdas mesmo após o anúncio de medidas, pelo governo, para acalmar o mercado financeiro. A saída de investidores continuou, embora bem menor: o total de resgates nos de renda fixa foi de R$ 116,6 milhões (0,10% do patrimônio total desses fundos). Nos DI saíram R$ 177,6 milhões (0,18% do patrimônio)
Fundos de grandes instituições como Bradesco, ABN Amro, Itaú e Caixa Econômica Federal registraram rentabilidade negativa na quinta-feira. Os fundos de renda fixa e DI do Bradesco tiveram perdas que variaram de 0,11% a 0,37%. De 13 fundos pesquisados, nove acumulavam rentabilidade negativa na semana.
Os do Itaú perderam entre 0,11% e 0,22% na quinta-feira. Quase todos, porém, fecharam a semana no azul. Dos fundos do ABN Amro, quase todos ficaram positivos na quinta-feira, apenas o Express DI teve perda de 0,56%. Na semana, porém, quase todos acumulam rentabilidade negativa. Na quarta-feira, a perda média dos fundos DI foi de 0,02% e os de renda fixa de 0,10%.
Segundo analistas ouvidos pela Folha, sempre que o mercado chacoalhar os fundos podem ter rentabilidade negativa em um dia, devido às novas regras de contabilidade das suas carteiras.
"É normal ter cota negativa em um dia ou outro nos fundos DI e renda fixa. Daqui para a frente o investidor deve acompanhar a rentabilidade mensal ou até semestral das suas aplicações, ver se ela está positiva e próxima ao CDI [Certificado de Depósito Interbancário"", diz o consultor Fábio Colombo.
Os fundos DI têm no mínimo 80% do seu patrimônio aplicado em títulos do governo que pagam juros pós-fixados, as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro). O valor da cota do fundo é determinado pelo preço do dia desses títulos e pelos juros no mercado futuro. Quando o juro sobe, a cota se valoriza, quando cai, desvaloriza.
Mas pode ocorrer de os juros subirem no mercado futuro e o preço das LFTs despencar. Isso resultará em perdas para o fundo, como ocorreu na quarta-feira.
A rentabilidade dos fundos de renda fixa é determinada pelos mesmos componentes. Com uma diferença: seus títulos pagam juros prefixados. Assim, quem tem um título que paga 18% ao ano e a taxa no mercado futuro bate em 22,34%, como na quarta-feira, o título se desvaloriza.



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