São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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PLANO DE SAÚDE

Médicos avaliam

Amil é o pior em SP, e Golden Cross, no Rio

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os planos de saúde Amil e Golden Cross foram considerados os piores nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. A conclusão faz parte de uma pesquisa realizada com 2.160 médicos em todo o país. Segundo o levantamento, 44% dos profissionais afirmam que os planos hoje são ruins ou péssimos e outros 44% classificam as empresas como regulares. Apenas 12% dos médicos acreditam que os planos são bons ou ótimos.
Segundo o ranking, elaborado com apoio da AMB (Associação Médica Brasileira) e pelo Conselho Federal de Medicina, os médicos apontaram as empresas Amil, Samcil e Intermédica Saúde como aquelas com pior qualidade de serviços no Estado de São Paulo.
No Rio, foram escolhidas Golden Cross, Geap e Amil.
A Amil informou, por meio de nota, que "estranha" as conclusões. Diz que não teve acesso à metodologia e informa que, em outro levantamento (da Toledo & Associados), foi escolhida como a preferida pelos paulistanos.
A Folha entrou em contato com as outras empresas citadas, mas elas não haviam se pronunciado até o início da noite de ontem.
No Sul do país, essas companhias voltaram a ser citadas. A Golden Cross é vista como a pior, ao lado da Amil no Estado do Paraná. Em Brasília, as duas foram escolhidas também. Na análise dos médicos, os problemas dos planos giram em torno dos mesmos temas, basicamente.
As empresas oferecem restrições a doenças preexistentes, precisam averiguar e liberar procedimentos terapêuticos, o que acaba atrasando o processo de tratamento do paciente. E chegam a liberar procedimentos cirúrgicos, por exemplo, às vezes só mediante auditoria.
Além da apuração dos nomes das empresas, os médicos deram notas aos planos de saúde. De uma escala de zero a dez, dois terços dos médicos deram notas entre zero e cinco para as empresas. A nota média foi de 4,66. O estudo foi realizado pelo Datafolha.
A avaliação foi feita, em grande parte, por médicos do sexo masculino, que equivalem a 66% do total de consultados -com idade média de 43 anos. Os profissionais são cadastrados nos Conselhos Regionais de Medicina das regiões analisadas. Participaram do estudo médicos de 17 Estados.
Em maio, a AMB iniciou uma ação pública contra planos de saúde. A associação aconselhou os médicos a informar seus pacientes sobre os três planos e seguros que mais interferem na relação médico-paciente.
Essa interferência ocorre, por exemplo, com imposições como diminuição do tempo de internação, veto a internações para exames pré-operatórios, interferência na escolha de métodos terapêuticos e de diagnóstico e restrições ao atendimento de determinadas doenças.
Hoje, cerca de 40 milhões de brasileiros têm planos de saúde -24% da população.



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