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PLANO DE SAÚDE
Médicos avaliam
Amil é o pior em SP, e Golden Cross, no Rio
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os planos de saúde Amil e Golden Cross foram considerados os
piores nos Estados de São Paulo e
Rio de Janeiro, respectivamente.
A conclusão faz parte de uma pesquisa realizada com 2.160 médicos em todo o país. Segundo o levantamento, 44% dos profissionais afirmam que os planos hoje
são ruins ou péssimos e outros
44% classificam as empresas como regulares. Apenas 12% dos
médicos acreditam que os planos
são bons ou ótimos.
Segundo o ranking, elaborado
com apoio da AMB (Associação
Médica Brasileira) e pelo Conselho Federal de Medicina, os médicos apontaram as empresas Amil,
Samcil e Intermédica Saúde como
aquelas com pior qualidade de
serviços no Estado de São Paulo.
No Rio, foram escolhidas Golden Cross, Geap e Amil.
A Amil informou, por meio de
nota, que "estranha" as conclusões. Diz que não teve acesso à
metodologia e informa que, em
outro levantamento (da Toledo &
Associados), foi escolhida como a
preferida pelos paulistanos.
A Folha entrou em contato com
as outras empresas citadas, mas
elas não haviam se pronunciado
até o início da noite de ontem.
No Sul do país, essas companhias voltaram a ser citadas. A
Golden Cross é vista como a pior,
ao lado da Amil no Estado do Paraná. Em Brasília, as duas foram
escolhidas também. Na análise
dos médicos, os problemas dos
planos giram em torno dos mesmos temas, basicamente.
As empresas oferecem restrições a doenças preexistentes, precisam averiguar e liberar procedimentos terapêuticos, o que acaba
atrasando o processo de tratamento do paciente. E chegam a liberar procedimentos cirúrgicos,
por exemplo, às vezes só mediante auditoria.
Além da apuração dos nomes
das empresas, os médicos deram
notas aos planos de saúde. De
uma escala de zero a dez, dois terços dos médicos deram notas entre zero e cinco para as empresas.
A nota média foi de 4,66. O estudo
foi realizado pelo Datafolha.
A avaliação foi feita, em grande
parte, por médicos do sexo masculino, que equivalem a 66% do
total de consultados -com idade
média de 43 anos. Os profissionais são cadastrados nos Conselhos Regionais de Medicina das
regiões analisadas. Participaram
do estudo médicos de 17 Estados.
Em maio, a AMB iniciou uma
ação pública contra planos de
saúde. A associação aconselhou
os médicos a informar seus pacientes sobre os três planos e seguros que mais interferem na relação médico-paciente.
Essa interferência ocorre, por
exemplo, com imposições como
diminuição do tempo de internação, veto a internações para exames pré-operatórios, interferência na escolha de métodos terapêuticos e de diagnóstico e restrições ao atendimento de determinadas doenças.
Hoje, cerca de 40 milhões de
brasileiros têm planos de saúde
-24% da população.
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