São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

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EMPRESAS

Dinheiro obtido com aumento de capital será usado em investimentos

Petrobras lançará US$ 1,5 bi em ações

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou ontem que aumentará seu capital com a emissão de ações preferenciais e de títulos no valor de até US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 4,07 bilhão). A emissão deve ocorrer entre julho e setembro. O dinheiro obtido deve ser usado nos programas de investimentos da empresa.
De acordo com nota divulgada pela estatal, haverá emissão de ações preferenciais no valor de até US$ 1 bilhão. Outra emissão de até US$ 500 milhões será de debêntures ou de outro tipo de título. Esses títulos serão obrigatoriamente conversíveis em ações preferenciais e terão prazos para vencimento de três anos.
A decisão foi tomada segunda-feira na assembléia geral da empresa que deu ao conselho de administração o poder de decidir sobre aumento de capital.
Pela decisão, o conselho pode aumentar o capital da empresa dos atuais R$ 16,29 bilhões para até R$ 30 bilhões, sempre emitindo ações preferenciais. Na prática, a estatal abriu a possibilidade de adaptar sua composição acionária à Lei das Sociedades Anônimas, que permite às empresas ter um terço do capital em ações ordinárias e dois terços em preferenciais.

Voto
A distinção clássica entre ação ordinária e preferencial é que a primeira tem direito a voto no conselho de administração das empresas e a segunda, não. A nova Lei das Sociedades Anônimas deu prazo de até três anos, a partir de 2001, para que as empresas de capital aberto dêem direito a voto aos acionistas preferenciais.
A Petrobras já decidiu que, no seu caso, as ações preferenciais passam desde já a ter esse direito, em decisões estratégicas, como fusões e aquisições. Haverá um representante dos preferencialistas no conselho.
A empresa não deu informações sobre qual o peso do voto da ação preferencial. Na avaliação de analistas do mercado, será, na prática, uma forma de consulta aos acionistas preferenciais, já que a União seguirá tendo maioria no conselho.
Caso a emissão anunciada ontem seja integralmente comprada pelo mercado, e os papéis sejam vendidos ao preço em que estava ontem a ação preferencial da empresa (aproximadamente US$ 18 cada), a participação da União no capital total da Petrobras passará dos atuais 40,4% para cerca de 37,7%, segundo cálculos de analistas. Das ações ordinárias, a União possui cerca de 58%.



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