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COMÉRCIO EXTERIOR
Bloco discute acordo e restrição
Contradição marca debate do Mercosul
DENISE CHRISPIM MARIN
ANDRÉ SOLIANI
enviados especiais a Assunção
O Mercosul discute duas agendas
contraditórias em Assunção. O
bloco enfrenta as pressões da Argentina e do Paraguai, que querem
restringir o livre comércio. Ao
mesmo tempo, negocia uma fórmula para harmonizar as políticas
macroeconômicas dos quatro países, o primeiro passo para a criação de uma moeda comum.
Os negociadores da Argentina
pretendem aprovar uma proposta
que permite aos países do bloco
adotar medidas compensatórias
por um período determinado, caso
alterações cambiais de qualquer
parceiro do Mercosul desestabilizem a região. A sugestão é rechaçada pelo Brasil.
Contraditórias, ambas as pautas
ganharam força com a desvalorização do real. As negociações
transcorreram na tarde de ontem,
na reunião dos ministros da Economia e das Relações Exteriores
dos sócios do Mercosul.
O Paraguai é mais direto que a
Argentina. Deixa clara sua ameaça
de elevar suas tarifas de importação sobre os produtos brasileiros
-medida que depende do aval
dos demais sócios do Mercosul.
Segundo o ministro da Indústria
paraguaio, Guillermo Caballero
Vargas, a alternativa a essa medida
seria o Brasil restringir unilateralmente suas próprias exportações.
Ao chegar à reunião de ontem, o
ministro do Desenvolvimento,
Celso Lafer, descartou medidas de
restrição comercial para compensar a desvalorização do real.
O presidente Fernando Henrique Cardoso não vai participar do
almoço de encerramento da 16º
reunião de cúpula do Mercosul,
conforme estava programado. Seu
retorno será antecipado das 16h
para as 13h30 de hoje, quando termina a entrevista coletiva dos presidentes à imprensa. FHC já havia
adiado sua chegada a Assunção em
um dia.
A decisão do presidente indica o
esvaziamento da reunião de cúpula, a mais importante rodada de
negociações do bloco, que acontece a cada semestre.
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