São Paulo, Terça-feira, 15 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMÉRCIO EXTERIOR
Bloco discute acordo e restrição
Contradição marca debate do Mercosul

DENISE CHRISPIM MARIN
ANDRÉ SOLIANI
enviados especiais a Assunção

O Mercosul discute duas agendas contraditórias em Assunção. O bloco enfrenta as pressões da Argentina e do Paraguai, que querem restringir o livre comércio. Ao mesmo tempo, negocia uma fórmula para harmonizar as políticas macroeconômicas dos quatro países, o primeiro passo para a criação de uma moeda comum.
Os negociadores da Argentina pretendem aprovar uma proposta que permite aos países do bloco adotar medidas compensatórias por um período determinado, caso alterações cambiais de qualquer parceiro do Mercosul desestabilizem a região. A sugestão é rechaçada pelo Brasil.
Contraditórias, ambas as pautas ganharam força com a desvalorização do real. As negociações transcorreram na tarde de ontem, na reunião dos ministros da Economia e das Relações Exteriores dos sócios do Mercosul.
O Paraguai é mais direto que a Argentina. Deixa clara sua ameaça de elevar suas tarifas de importação sobre os produtos brasileiros -medida que depende do aval dos demais sócios do Mercosul.
Segundo o ministro da Indústria paraguaio, Guillermo Caballero Vargas, a alternativa a essa medida seria o Brasil restringir unilateralmente suas próprias exportações.
Ao chegar à reunião de ontem, o ministro do Desenvolvimento, Celso Lafer, descartou medidas de restrição comercial para compensar a desvalorização do real.
O presidente Fernando Henrique Cardoso não vai participar do almoço de encerramento da 16º reunião de cúpula do Mercosul, conforme estava programado. Seu retorno será antecipado das 16h para as 13h30 de hoje, quando termina a entrevista coletiva dos presidentes à imprensa. FHC já havia adiado sua chegada a Assunção em um dia.
A decisão do presidente indica o esvaziamento da reunião de cúpula, a mais importante rodada de negociações do bloco, que acontece a cada semestre.


Texto Anterior: Missão do FMI adia volta a Washington
Próximo Texto: Programa de emprego em SP já tem 40 mil inscritos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.