São Paulo, Terça-feira, 15 de Junho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Disputa entre Temer e ACM derruba Bolsa

da Reportagem Local

A preocupação com uma possível imobilidade política do governo, externada pela discussão entre Michel Temer e Antonio Carlos Magalhães, fez com que a Bolsa de Valores de São Paulo caísse 1,55 ponto percentual e fechasse em baixa de 0,18%.
A Bovespa chegou a registrar alta de 1,37% durante o pregão, acompanhando a boa performance da Bolsa de Nova York (que fechou em alta de 0,69% ontem).
A divulgação de uma nota de resposta de Michel Temer, presidente da Câmara, às críticas de Magalhães, que preside o Senado, no meio da tarde, fez a Bolsa cair.
O temor é que, com a discussão, o presidente Fernando Henrique Cardoso perca interlocutores importantes no Congresso, já que ambos são governistas.
Há ainda o receio de que possa haver dificuldade futura para a votação de medidas importantes e para o cumprimento do programa de reforma fiscal.
A mudança de humor da Bolsa pode ser creditada em parte ao baixo volume financeiro. O giro de ontem foi de R$ 346,623 milhões (36,2% abaixo da média diária registrada neste mês).
Com volume pequeno, toda operação grande de compra ou venda acaba influenciando o Índice Bovespa.
No final do pregão surgiu o boato, creditado a uma agência internacional de notícias, de que o governo iria excluir as operações na Bolsa da cobrança de CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O governo não confirmou a informação.
As operações na Bolsa de ontem já tiveram incidência do tributo, pois serão liquidadas na quinta-feira.
O investidor externo ficou afastado dos negócios ontem. Eles estariam esperando uma definição da trajetória de juros nos EUA, que pode ficar mais clara amanhã, com a divulgação da inflação norte-americana (se ela for alta, os juros devem subir).
O movimento também está menor porque vencem, na próxima segunda, as opções (direito de compra ou venda de papéis no futuro) da Telebrás. Em época de vencimento de opções, os investidores externos costumam se retirar, evitando manipulações acionárias -quem está para vender papéis, por exemplo, tem interesse em que as ações se valorizem.
(MARCELO DIEGO)


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