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EM TRANSE
Alguns fundos terão ganho imediato entre 1,5% e 2%, dizem analistas
Medida vai reduzir perdas de rentabilidade de fundos
ÉRICA FRAGA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A vida dos investidores de fundos DI e de renda fixa deverá ficar
um pouco mais tranquila a partir
de agora. Com as medidas anunciadas ontem pelo Banco Central
e pela CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), as fortes oscilações
dos ganhos dos fundos deverão
ser reduzidas. E as chances de que
essas aplicações voltem a ter perdas de rentabilidade diminuem.
Alguns gestores chegaram a estimar que alguns fundos terão um
ganho de rentabilidade imediato,
entre 1,5% e 2%. Outros acharam
que ainda é cedo para fazer esse tipo de estimativa, principalmente
porque ainda há muitas dúvidas
sobre as novas medidas. Todos
concordam, no entanto, que, pelo
menos, as rentabilidades dos fundos passarão a oscilar menos. Por
isso, a onda de saques-que já tirou R$ 57 bilhões do mercado de
fundos desde março deste ano, segundo dados do site Fortuna-
deverá ser freada.
Para Maurício Zanella, diretor
de derivativos do banco Lloyds
TSB, os investidores que já deixaram os fundos não devem voltar.
Mas, pelo menos, o ritmo dos saques diminuirá a partir de agora.
"O medo dos pequenos investidores vai continuar. Mas a medida
deverá, ao menos, estancar a saída
de recursos", disse Zanella.
Segundo Marcelo D'Agosto, da
InvestMate, consultoria de investimentos pessoais, se os deságios
dos títulos públicos voltarem a
cair, a confiança dos investidores
nos fundos tende a se recuperar.
Os tormentos dos investidores
haviam começado em maio,
quando mudaram as regras de
contabilidade dos fundos de investimento pelo governo. Os gestores tiveram de adotar a chamada "marcação a mercado", pela
qual os ativos das carteiras dos
fundos -como títulos públicos- passaram a ser avaliados
pelo seu preço de mercado.
A decisão foi considerada uma
medida certa, na hora errada.
Trouxe mais transparência para
os investidores, mas em um momento péssimo, quando os títulos
públicos -que compõem as carteiras dos fundos- estavam muito depreciados. Isso provocou
perdas imediatas de rentabilidade
de até 5% de uma só vez e originou uma verdadeira debandada
dos fundos.
Agora, o BC recuou e as regras
de contabilidade das LFTs com
resgate em um ano ou menos voltaram a ficar mais flexíveis. Na
prática, os gestores poderão voltar a avaliar esses papéis com base
nos juros esperados para eles, e
não pelo seu preço de mercado.
Segundo analistas, isso, no mínimo, fará com que a forte oscilação
nas rentabilidades dos fundos diminua. Mas a principal contribuição para a recuperação da rentabilidade dos fundos deverá vir da
recompra de LFTs que o BC
anunciou, avaliam analistas. Isso
tende a fazer com que os preços
desses papéis se recuperem e terá
um efeito positivo na rentabilidade da parcela das carteiras dos
fundos que continuarão sendo marcadas a mercado.
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