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SALTO NO ESCURO
Com falta de chuva, nível de reservatórios do Sudeste diminui
Cresce risco de novo racionamento
MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE
CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Se nos próximos 75 dias a região
Sudeste não receber cerca de 500
mm de chuva, pode haver um novo período de racionamento de
energia, conforme previsão do
ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Seis meses após o
final do racionamento, o nível de
armazenamento de água nos reservatórios que abastecem as usinas da região Sudeste estão com
59,93% de sua capacidade.
Os 500 mm representam a precipitação média de dois meses de
janeiro no Vale do Paraíba. A assessoria do ONS informou que o
órgão considera prematuro tomar qualquer providência no momento porque ainda não há garantias de que não vá chover. Mas,
segundo o ONS, um plano de
emergência pode ser aplicado caso os níveis dos reservatórios das
quatro maiores bacias que abastecem a região caiam a 36%.
O período de racionamento imposto pelo governo no ano passado durou nove meses.
No Vale do Paraíba, onde a chuva não atinge a média histórica
desde maio de 2001, a Light já reduziu a geração na bacia do rio
Paraíba do Sul. Segundo comunicado do gerente de usinas elevatórias da Light, Márcio Monteleone
Enne, já está sendo preciso tomar
medidas extraordinárias, como
buscar energia de outras regiões.
"Estamos economizando a água
da bacia para recuperar os reservatórios", afirmou.
As bacias dos rios Paranaíba,
Grande e Paranapanema são responsáveis por 61% da capacidade
de armazenamento do país.
O coordenador de estudos e
previsões do clima do Cptec
(Centro de Previsão do Tempo e
Estudos Climáticos), José Antônio Marengo, afirmou que os níveis dos reservatórios podem baixar ainda mais não apenas pela
falta de chuvas, mas também pelo
aumento no consumo.
Segundo o Cptec, há 40 anos
não faz um inverno tão quente no
Sudeste. "No ano passado, quando o índice de precipitação foi
baixo, houve o racionamento,
com diminuição do uso dos reservatórios. Neste ano, as chuvas foram suficientes para repor as perdas, mas o consumo voltou ao
normal", afirmou o pesquisador.
Segundo Marengo, o Cptec pode somente fazer previsões até
outubro. Até lá, a chuva deve ficar na média histórica.
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