São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Fábricas de bebidas terão de instalar contador de produção

Objetivo é combater sonegação fiscal no setor

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Receita Federal assinou ontem determinação para que as fabricantes de bebidas instalem nas fábricas um contador de produção. O objetivo é coibir a sonegação fiscal no setor. O equipamento, desenvolvido pela Casa da Moeda, já foi instalado nas fábricas de cigarro.
Segundo o coordenador de Fiscalização da Receita, Marcelo Fisch, não é possível prever o aumento de arrecadação que o equipamento deve proporcionar. Ele disse que, no caso das fabricantes de cigarros, depois da instalação do dispositivo, a arrecadação parou de cair. "Pela primeira vez, aumentamos em 30% o IPI do cigarro e a arrecadação cresceu na mesma proporção", afirmou.
O setor de bebidas está entre os maiores sonegadores da indústria. Nos últimos três anos, as empresas foram autuadas em R$ 4 bilhões por sonegação, valor que já inclui multas e juros. Desde 2005, as fabricantes são obrigadas a ter um contador de vazão, equipamento que marca a quantidade de líquidos produzidos.
Com a mudança no sistema tributário do setor de bebidas, foi necessário um novo equipamento. Pelo novo regime, as alíquotas variam de acordo com o tipo de embalagem (lata ou garrafa de diferentes tamanhos), a marca comercial e o preço.
O novo equipamento tem um identificador por imagem. O dispositivo imprime um código de barras diferente para cada tipo de embalagem e marca. As informações chegam em tempo real para a Receita. As empresas que tiverem o equipamento instalado não precisam mais entregar a Dirf-bebidas (Declaração de Informação sobre Bebidas), em que eram obrigadas a informar o número de unidades produzidas.
Os auditores da Receita começarão a visitar as linhas de produção em setembro. Até o final do ano que vem, o fisco espera ter instalado contadores em 130 empresas que representam todas as fabricantes de cervejas e 70% das fabricantes de refrigerantes. Até o final de 2010, o objetivo é chegar a 300 fábricas, que representam 90% do mercado de bebidas. As fabricantes de sucos ficarão de fora porque não fazem parte do novo regime tributário.
A Receita informou que a instalação do equipamento é gratuita. Será cobrada uma taxa de manutenção do equipamento, que poderá ser deduzida do pagamento de PIS e Cofins.


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