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PIB da zona do euro tem primeiro recuo
Afetada pela valorização da moeda e pela desaceleração mundial, economia do bloco teve queda de 0,2% no segundo tri
Recessão é possível, dizem analistas, mas queda dos preços do petróleo e recente desvalorização do euro podem reanimar economia
DA REDAÇÃO
A economia da zona do euro
sofreu uma contração pela primeira vez desde 1995 (quando a
agência oficial de estatísticas
do bloco começou a reunir os
dados). Depois de um começo
de ano surpreendente, as economias dos 15 países que usam
o euro ficaram enfraquecidas
pelo aperto de crédito global,
pelo aumento nos preços de
energia e pela valorização da
moeda européia.
Com a contração, o bloco se
une a Japão e Estados Unidos
entre as grandes economias
que tiveram resultados negativos nos últimos trimestres. No
caso japonês, o recuo, de 0,6%,
ocorreu também no segundo
trimestre. Já a economia norte-americana teve queda nos últimos três meses do ano passado
(-0,2% na taxa anualizada),
mas se expandiu em 1,9% no segundo trimestre, ajudada pelas
exportações e pelo plano de estímulo do governo Bush.
O PIB (Produto Interno Bruto) do bloco caiu 0,2% no segundo trimestre em relação aos
três meses anteriores, quando
se expandiu em 0,7%. Na comparação com o mesmo período
de 2007, a economia da zona do
euro se desacelerou pelo terceiro trimestre consecutivo, para
1,5%. Até então, o pior resultado tinha ocorrido no segundo
trimestre de 2003, quando a
economia ficou estagnada. O
PIB da UE, que reúne 27 países,
recuou 0,1% de abril a junho
ante o trimestre anterior.
Já a inflação no mês passado
se manteve em 4% -0,1 ponto
percentual menos que o previsto no final do mês passado.
A valorização do euro e a desaceleração do crescimento
mundial reduziram as exportações da região, no momento em
que a inflação mais acelerada
dos últimos 16 anos corrói o poder de compra dos países filiados. O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, disse na semana passada que o crescimento
será "especialmente fraco" até
o final do terceiro trimestre. Os
temores de uma recessão técnica (dois trimestres consecutivos de crescimento negativo)
parecem bem fundamentados.
"A questão é determinar se
[essa desaceleração] é uma reação reflexa a um choque inflacionário ou coisa mais séria",
disse Gilles Moec, do Bank of
America. "Por enquanto, não
estamos vendo provas de que
seja uma espiral de queda."
Os efeitos diretos da compressão mundial de crédito sobre a economia real continuam
difíceis de discernir em países
como a Alemanha. Com exceção da Espanha e da Irlanda, o
colapso nos mercados da habitação tampouco representa séria preocupação ainda que haja
sinais de oscilação no setor
imobiliário francês.
Além disso, com os preços do
petróleo tendo caído recentemente e o euro agora se depreciando de maneira firme, as
perspectivas para a zona do euro podem se reanimar. As condições dos mercados de trabalho "continuam em larga medida favoráveis", afirmou o BCE
em seu boletim mensal, divulgado ontem.
Mas divergências entre os
principais países da zona do euro estão se tornando questão
cada vez mais séria. Nos próximos meses, a França correrá
mais risco de recessão do que a
Alemanha, devido à deterioração no mercado de trabalho de
país, disse Moec.
Com Bloomberg e "Financial Times"
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