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Falha em sistema é
o temor em 2000
da Reportagem Local
O bug do milênio é o nome dado a uma falha de sistema que pode (não necessariamente vai)
ocorrer na passagem de 1999 para
2000.
Na virada do ano, muitos computadores que usam sistema de
reconhecimento de dados de apenas dois dígitos vão registrar a
passagem de 99 para 00.
O que especialistas dizem é que
as máquinas podem entender como uma passagem para 1900. Para evitar falhas, os sistemas devem
ser trocados, passando a usar
quatro dígitos.
Bug é uma palavra inglesa, que
significa inseto. No ramo da informática, é um jargão para designar falhas de sistema.
A pane pode acontecer em qualquer equipamento que utilize um
sistema de memória de datas. Pode afetar máquinas grandes, computadores, aparelhos eletrônicos
e sistemas de rede.
Para o mercado financeiro, ela
representa um perigo, principalmente em países despreparados.
Segundo especialistas, o bug pode provocar uma espécie de "efeito dominó": problemas em um
país emergente podem impedir as
transações realizadas em outros
mercados.
Com um sistema extremamente
volátil (o dinheiro viaja constantemente de um país para o outro,
atrás da melhor remuneração), ficar com capital preso pode significar grande prejuízo.
Entre as falhas mais plausíveis
de acontecer (para qualquer um)
estão: sistemas que efetuem operações de cálculos a prazo não
conseguirem ler as datas; dívidas
podem ter juros multiplicados ou
serem reajustadas com uma inadimplência de 99 anos; a anulação
de cadastros de clientes, operações ou informações financeiras;
não-divulgação de informações
como saldos, extratos, transferências interbancárias; cofres de bancos se recusarem a abrir.
Além disso, há o risco de problemas sistêmicos, como não funcionar a rede de energia elétrica
ou de serviço telefônico, impedindo a comunicação.
No Brasil, os bancos têm sido
acompanhados pelo Banco Central e pela Febraban (Federação
Brasileira das Associações de
Bancos), com bons resultados.
Ainda assim, países como os
EUA têm mostrado ceticismo
quanto à capacidade dos países
periféricos de conseguir contornar os problemas.
Entre outras razões porque é caro prevenir-se contra o bug. Estimativas apontam que empresas
de grande porte, que tenham cerca de 10 mil programas, cada um
com 1.000 linhas de código, vão
ter um custo de R$ 1 a R$ 3 por linha para a adaptação.
Para o advogado Renato Blun,
especialista no assunto e autor do
livro "O Bug do Ano 2000 - Aspectos Jurídicos e Econômicos",
as indenizações no Brasil, em decorrência de problemas causados
pelo bug, devem atingir cerca de
R$ 20 milhões.
(MaD)
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