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PRÊMIO
Professores Robert Merton, Myron Scholes e Fischer Black desenvolveram novo método para avaliar operações
Modelo para derivativos dá Nobel aos EUA
das agências internacionais
Os professores norte-americanos Robert C. Merton, da Universidade de Harvard, e Myron S.
Scholes, da Universidade de Stanford, receberam o Prêmio Nobel
de Economia de 1997 pelo desenvolvimento de um novo método
de avaliação das operações comerciais nos mercados futuros, os
chamados "derivativos".
Os dois economistas trabalharam em conjunto com o professor
Fischer Black, que morreu em
1995. Merton e Scholes vão dividir
o prêmio de quase US$ 1 milhão,
que será entregue numa cerimônia
no próximo dia 10 de dezembro
em Estocolmo, Suécia.
Segundo o informe divulgado
ontem pela Academia Sueca, a nova metodologia abriu caminho para "avaliações econômicas em
muitas áreas, propiciou novos tipos de instrumentos financeiros e
uma administração mais eficaz
dos riscos na sociedade".
Os derivativos são instrumentos
financeiros cujo valor é "derivado" do valor de um ativo, como
ações ou taxa de câmbio. Usando
derivativos é possível criar mecanismos de antecipação de pagamentos ou rendimentos futuros.
Pode-se também delimitar a extensão de riscos envolvidos na variação de preços de um ativo ou
mesmo de uma moeda. Esses mecanismos estão associados a contratos de opções: o titular tem o direito de comprar ou vender um
ativo de acordo com uma avaliação definida antecipadamente.
Se esse direito não é exercido depois de um prazo especificado, o
contrato de opção expira e o comprador da opção paga por isso.
Merton, 53, Scholes, 56, e Black,
que morreu aos 55 anos, trabalharam ao mesmo tempo para resolver o problema da avaliação de opções de compra. Seus modelos tornaram-se o "feijão com arroz" das
operações com derivativos nos
mercados de capitais. Em 1973,
Black e Scholes publicaram o que
se conhece como o "modelo
Black-Scholes".
Os esforços para avaliar derivativos tiveram início em 1900 com o
matemático francês Louis Bachelier, seguido por muitos outros.
Para a Academia Sueca, porém,
nos vários modelos os riscos não
eram avaliados de forma correta.
O valor de uma opção de compra
ou venda de uma ação em Bolsa,
por exemplo, depende do desenvolvimento incerto de seu preço
até o momento exato em que o
prazo se esgota e a operação se materializa.
A contribuição essencial de
Black, Merton e Scholes foi demonstrar que essa incerteza não é
um obstáculo à formação dos preços dos ativos.
Para escolher o melhor investimento, é preciso avaliar a flexibilidade das decisões a ele associadas.
Isso vale tanto para as oscilações
de valor de uma ação quanto para
investimentos produtivos em setores onde podem ocorrer mudanças nos padrões tecnológicos ou
energéticos, afetando radicalmente o valor das empresas.
Ao ser comunicado da premiação, Merton emudeceu. Depois,
numa entrevista a uma cadeia de
televisão de Massachusetts, Merton afirmou que o Nobel era "totalmente inesperado" e que quando atendeu à chamada telefônica
de Estocolmo ficou em estado de
choque, sem conseguir pronunciar qualquer palavra.
O Nobel de Economia foi concedido pela primeira vez em 1969, a
pedido do Banco Nacional Sueco,
sendo a mais jovem categoria da
Academia Sueca.
Economistas dos EUA receberam 15 dos 18 Nobel concedidos
desde 1980 a economistas.
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