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IMÓVEIS
Grande oferta facilita acordos
Aluguel mais baixo é tema de campanha
WALTER WIEGRATZ
da Reportagem Local
Administradoras de imóveis estão lançando hoje campanha dirigida para estimular os proprietários a reduzir os preços dos aluguéis.
A iniciativa, da Associação das
administradoras de Bens Imóveis e
Condomínios de São Paulo (Aabic), coincide com o sexto mês
consecutivo em que o estoque de
imóveis fechados fica acima da
marca de 10 mil unidades.
O objetivo da campanha é acelerar e facilitar a ocupação dos imóveis vagos, além de "estabelecer
uma negociação franca, entre locadores e locatários, para que os
imóveis continuem alugados".
Segundo José Roberto Graiche,
presidente da Aabic, os locadores
precisam estar conscientes da
"importância da manutenção dos
bons inquilinos no imóvel, ao invés de ficar com suas portas fechadas, ou assinar novo contrato com
desconhecidos".
Outra ponto é a fixação real dos
valores cobrados nos aluguéis.
Atualmente, muitas negociações
são frustradas por causa de aluguéis baseados em valores irreais
dos imóveis.
A Aabic também alerta para o
hábito que o proprietário possui
de não entregar o imóvel em boas
condições para locação.
Hora de negociar
Diante da grande oferta e da pouca procura, muitas imobiliárias
passaram a fazer promoções para
atrair seus clientes, como a isenção
no pagamento do IPTU, descontos
no valor do aluguel, reformas no
imóvel, pagamento da mudança
do novo locatário etc.
Mas, na opinião de Miguel Santo
Caram, da Imobiliária Caram, um
bom preço é o melhor caminho
para uma negociação porque "hoje o poder de barganha do inquilino é maior do que o do proprietário".
Caram afirma que a grande procura antes do Plano Real criou
uma "farra dos reajustes". Mas,
desde 95, "as gorduras vêm sendo
queimadas, e o aluguel passou a
subir menos que a inflação", diz.
Mesmo assim, Caram afirma que
ainda existem locadores que pensam que "seus imóveis valem o
dobro e que existe uma fila de pessoas para alugá-los".
Roberto Capuano, do Creci-SP,
apóia a conscientização como forma de conduzir o proprietário à
realidade da média histórica. Por
exemplo, se a média fosse considerada, um imóvel de dois dormitórios teria um aluguel de, no máximo, 0,8%.
Dados do Creci indicam que esse
é mesmo o melhor momento para
o inquilino. O Creci divide a cidade
em zonas segundo o poder aquisitivo da população.
Na Zona A, de maior poder aquisitivo, os descontos são, em média, de 10,71%.
Nas zonas B e C, consideradas de
classe média, os descontos são de
12,83% e 14,30%, respectivamente.
As populações de baixa renda
que compreendem as zonas D e E
apresentam índices de descontos
de 13,80% e 13,94%.
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