São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2005

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PREÇOS

1ª prévia mostra alta de 0,25%

IGP-M tem inflação após 5 meses de queda

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) registrou alta de 0,25% na primeira prévia de outubro após um período de cinco meses de queda de preços. Na primeira parcial de setembro, o indicador havia registrado deflação de 0,56%. Segundo a FGV, os combustíveis foram os principais responsáveis pelo fim das taxas negativas.
O movimento de aceleração foi generalizado e atingiu atacado, varejo e construção. O resultado confirma os prognósticos de que o ciclo de deflações, motivado pela taxa de câmbio e pelo comportamento de produtos agrícolas, chegou ao fim.
"O IGP-M de outubro vai voltar para o campo positivo, mas a taxa do mês será provavelmente maior do que a de novembro e dezembro", afirmou o coordenador de Análises Econômicas da FGV (Fundação Getulio Vargas), Salomão Quadros. Segundo ele, a taxa de outubro está "carregada de efeitos transitórios", como a alta dos combustíveis.
A pressão dos combustíveis partiu não só dos preços administrados, como gasolina e álcool, que tiveram reajuste anunciado no mês passado, como também dos produtos que acompanham a cotação do mercado internacional, como o querosene de aviação. "Com o conjunto de alta desses produtos, é possível explicar praticamente toda a aceleração do índice. O fim da deflação é um processo gradativo que foi acelerado pelo choque dos combustíveis", afirmou Quadros.
Apesar de a alta dos preços estar de volta, o IGP-M, índice usado no reajuste da maioria dos contratos de aluguel e nas tarifas de energia elétrica, acumula alta no ano de 0,46%, e, nos últimos 12 meses, de 2,03%.
Os preços no atacado passaram de -0,73% na primeira prévia de setembro para 0,25%. Os bens finais (acabados) registraram alta de 0,22% na primeira parcial de outubro, influenciados pela aceleração dos alimentos "in natura", que tiveram sua taxa elevada de -9,52% para -2,46%. Os insumos industriais apuraram alta de 0,88%, ante taxa negativa de 0,06% na primeira prévia de setembro.
As matérias-primas brutas registraram taxa negativa de 0,97%, mas no mês anterior a queda dos preços havia sido mais intensa, com um recuo de 1,45%. Os itens que contribuíram para o movimento foram aipim (26,47%), bovinos (0,19%) e tomate (5,71%).


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