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TURBULÊNCIA
Núcleo da inflação nos EUA fica abaixo do esperado e ameniza preocupações com aperto monetário; dólar cai 0,53%
Mercado respira com risco menor de juro alto
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dados da inflação ao consumidor norte-americano, divulgados ontem, amenizaram as preocupações de um aperto monetário mais forte nos Estados Unidos. Assim, dólar e risco-país encontraram espaço para recuar.
A Bolsa de Valores de São Paulo
chegou a operar em alta de 1,24%.
Mas o mercado acabou por esfriar
pela tarde, com as crescentes especulações em torno da corretora
americana Refco e do fundo de investimentos Pinco. A Bolsa, depois de chegar a cair 2,64% no
pior momento do dia, fechou
com baixa mais leve, de 0,37%.
O envolvimento da corretora
Refco em fraudes e a redução de
suas operações gerou temor de
que os emergentes sofram vendas
mais pesadas de seus ativos.
No caso do Pinco, que é um dos
maiores detentores de títulos brasileiros no mercado internacional, o fundo está passando por
um troca de seus gestores. E isso
criou especulações em torno da
nova gestão, que não estaria interessada em ter uma posição muito elevada em emergentes, como
acontece hoje.
Apesar dos temores, os efeitos
negativos não foram sentidos expressivamente. O Global 40, um
dos títulos da dívida brasileira
mais negociados no exterior, subiu 0,98% ontem. O risco-país
chegou ao fim das operações em
baixa de 0,77%, a 388 pontos.
O dólar terminou o dia em baixa
de 0,53%. No fim das operações, a
moeda era vendida a R$ 2,245. E
isso mesmo com o Banco Central
fazendo seu já habitual leilão de
compra de dólares.
Nos últimos dias, o receio de
que a inflação norte-americana
viesse muito pressionada e forçasse uma elevação mais forte dos juros no país vinha incomodando o
mercado financeiro (e prejudicando os emergentes).
Para os investidores, o dado do
núcleo da inflação ao consumidor
apresentada ontem veio abaixo
do temido, apesar de o índice
cheio ser o maior em 25 anos, e
permitiu a recuperação de parte
das perdas registradas recentemente pelos ativos de emergentes.
Juros em baixa
Toda a volatilidade do mercado
financeiro nas duas últimas semanas não alterou muito as expectativas do mercado financeiro para
a reunião do Copom, que acontece na próxima semana.
Grande parte dos analistas afirma esperar por uma redução de
0,50 ponto percentual na atual Selic, que está em 19,50% anuais.
Outra parcela relevante do mercado diz acreditar que a Selic cairá
apenas 0,25 ponto.
Para a economista-chefe do
banco UBS no Brasil, Victoria
Werneck, a taxa Selic será reduzida para 19% e poderá haver cortes
mais agressivos nos próximos
meses. Com isso, a expectativa da
economista é que a Selic estará em
17,75% anuais no fim de 2005.
No pregão da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros), o dia foi
de baixas. No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) de prazo de
resgate mais curto, a taxa caiu de
19,24% a 19,21%. O DI mais negociado, que vence em janeiro de
2007, fechou com taxa de 17,87%,
ante 17,87% do pregão anterior.
Dias difíceis
O balanço da semana não foi
dos melhores para a Bovespa. Seu
principal índice recuou 0,67% no
período. No mês, o Ibovespa está
com perdas de 5,74%.
A ação PN da Telesp Celular
Participações foi a que mais sofreu, entre os papéis mais líquidos
do mercado, ao recuar 9,77% na
semana.
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