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SISTEMA FINANCEIRO
Medida beneficia Itaú e Bradesco
Justiça cassa liminar que impedia contrato entre prefeitura e bancos
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Justiça de São
Paulo cassou a liminar obtida pelo banco Santander Banespa no
último dia 6 que suspendia os
contratos firmados pela Prefeitura de São Paulo com os bancos
Itaú e Bradesco para o gerenciamento das contas do município.
O Banespa entende que têm direito a prestar serviços bancários
à prefeitura até 2010 por ter firmado acordo com o município na
gestão de Marta Suplicy (PT).
Por meio de licitação realizada
no dia 5 de setembro deste ano, a
administração José Serra (PSDB)
transferiu do Banespa e do Banco
do Brasil para o Itaú e o Bradesco
as contas-salário, as aplicações do
caixa e o pagamento de fornecedores da prefeitura.
O Banespa não se pronunciou e
informou que não comenta casos
em discussão na Justiça. Na prefeitura, nem a Secretaria de Negócios Jurídicos nem a Secretaria de
Finanças comentaram o assunto.
O juiz Valter Alexandre Mena,
da 3ª Vara da Fazenda Pública da
capital paulista, havia acolhido a
argumentação do Banespa de que
os vencedores da licitação estariam inabilitados para participar
do leilão por terem débitos tributários com o município, deferindo a liminar. A prefeitura recorreu ao presidente do Tribunal de
Justiça, Luiz Tâmbara, que anteontem suspendeu a decisão.
Ontem, ainda houve problemas
no recadastramento de contas
bancárias de servidores pelo Itaú.
Segundo o banco, as filas identificadas em alguns dos pontos de recadastramento são "uma situação
isolada". O Itaú diz que já tomou
as providências necessárias para
normalizar o atendimento.
Guerra
Esse é mais um "round" da disputa que os grandes bancos privados travam, com os públicos e os
privatizados, pela gestão do caixa
e das folhas de salários de governos estaduais e municipais.
A competição é mais acirrada
no Estado de São Paulo, onde
mais de cem prefeituras que tentaram transferir suas contas para
bancos privados tiveram seus editais de licitação suspensos pelo
Tribunal de Contas do Estado nos
últimos sete meses.
Ao menos dois contratos municipais -de Catanduva e Jaguariúna- foram julgados irregulares, e os prefeitos, multados pelo
TCE. O órgão fiscaliza os atos do
governo do Estado e de 645 municípios. A capital paulista tem seu
próprio Tribunal de Contas.
A movimentação dos bancos
privados na direção das contas de
governo começou após a privatização de bancos estaduais, em
2001. O controle da folha de salários permite aos bancos vender
outros produtos financeiros aos
funcionários e, principalmente,
oferecer-lhes crédito.
As prefeituras, por sua vez, visam, com o leilão de suas contas,
completar receitas que andam
curtas para o tamanho das despesas. Em algumas das licitações
sustadas no interior de São Paulo,
o pagamento previsto seria feito
na forma de prestação de serviços
de informática ou investimentos
em projetos sociais.
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