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PETRÓLEO
Dilma Rousseff diz que não há relação tão "direta" entre lucro da Petrobras, que foi recorde, e valor dos combustíveis
Governo descarta reduzir preço da gasolina
ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
A ministra de Minas e Energia,
Dilma Rousseff, e o diretor financeiro da Petrobras, José Sergio
Gabrielli, disseram ontem no Rio
que o lucro recorde obtido pela
estatal até o terceiro trimestre deste ano (R$ 14,77 bilhões) não resultará em uma queda no preço
dos combustíveis.
"Não haverá nenhuma alteração na política de preços na área
do petróleo", afirmou a ministra,
para quem não há uma relação
"tão direta" entre o lucro recorde
e o preço dos derivados de petróleo. Ela participou no Rio do seminário "O Mercado de Petróleo
e Gás Natural no Brasil".
O lucro da Petrobras aumentou
180,4% no ano, até setembro, sobre o mesmo período do ano passado. No terceiro trimestre, o lucro somou R$ 5,36 bilhões
-126% superior ao mesmo período de 2002.
Gabrielli afirmou, em entrevista
na Petrobras, que os preços dos
combustíveis vendidos nas refinarias ficaram alinhados aos do
mercado internacional.
"De dezembro para cá, mantivemos o alinhamento em relação
aos preços internacionais", disse,
ao comentar a ausência de reduções de preços desde abril.
A estatal tem como parâmetros
para formar seus preços a cotação
internacional do petróleo e a variação cambial.
O diretor de Abastecimento da
companhia, Rogério Manso, já
havia afirmado que a tendência é
a de manutenção dos preços até,
pelo menos, o final deste ano.
O resultado recorde, na explicação do diretor financeiro, foi muito influenciado pela decisão de
adiantar o pagamento de parte
dos dividendos (remunerações
sobre o lucro) aos acionistas da
empresa. A operação permitiu à
empresa uma economia de R$
1,119 bilhão em impostos.
A distribuição dos recursos aos
acionistas, no valor de R$ 3,29 bilhões, será feita por meio de pagamento de juros sobre capital próprio até 13 de fevereiro. O montante será descontado dos dividendos referentes a 2003.
A governadora do Rio, Rosinha
Matheus (PMDB), que participou
do evento em que estava a ministra, voltou a defender a construção de uma segunda refinaria de
petróleo, além da que o governo já
anunciou.
"Está caindo o consumo de gasolina, cai a demanda e, consequentemente, diminui a necessidade de construir novas refinarias", respondeu Rousseff.
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