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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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PETRÓLEO

Dilma Rousseff diz que não há relação tão "direta" entre lucro da Petrobras, que foi recorde, e valor dos combustíveis

Governo descarta reduzir preço da gasolina

ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e o diretor financeiro da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disseram ontem no Rio que o lucro recorde obtido pela estatal até o terceiro trimestre deste ano (R$ 14,77 bilhões) não resultará em uma queda no preço dos combustíveis.
"Não haverá nenhuma alteração na política de preços na área do petróleo", afirmou a ministra, para quem não há uma relação "tão direta" entre o lucro recorde e o preço dos derivados de petróleo. Ela participou no Rio do seminário "O Mercado de Petróleo e Gás Natural no Brasil".
O lucro da Petrobras aumentou 180,4% no ano, até setembro, sobre o mesmo período do ano passado. No terceiro trimestre, o lucro somou R$ 5,36 bilhões -126% superior ao mesmo período de 2002.
Gabrielli afirmou, em entrevista na Petrobras, que os preços dos combustíveis vendidos nas refinarias ficaram alinhados aos do mercado internacional.
"De dezembro para cá, mantivemos o alinhamento em relação aos preços internacionais", disse, ao comentar a ausência de reduções de preços desde abril.
A estatal tem como parâmetros para formar seus preços a cotação internacional do petróleo e a variação cambial.
O diretor de Abastecimento da companhia, Rogério Manso, já havia afirmado que a tendência é a de manutenção dos preços até, pelo menos, o final deste ano.
O resultado recorde, na explicação do diretor financeiro, foi muito influenciado pela decisão de adiantar o pagamento de parte dos dividendos (remunerações sobre o lucro) aos acionistas da empresa. A operação permitiu à empresa uma economia de R$ 1,119 bilhão em impostos.
A distribuição dos recursos aos acionistas, no valor de R$ 3,29 bilhões, será feita por meio de pagamento de juros sobre capital próprio até 13 de fevereiro. O montante será descontado dos dividendos referentes a 2003.
A governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), que participou do evento em que estava a ministra, voltou a defender a construção de uma segunda refinaria de petróleo, além da que o governo já anunciou.
"Está caindo o consumo de gasolina, cai a demanda e, consequentemente, diminui a necessidade de construir novas refinarias", respondeu Rousseff.


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