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O VÔO DA ÁGUIA
Núcleo do índice fica em 1,1%; pedido de seguro-desemprego cai
Inflação americana é a menor desde 60
DA REDAÇÃO
Os EUA registraram, no ano
passado, a menor taxa de inflação
em quatro décadas. Ante a inexistência de pressões inflacionárias,
mesmo com o enfraquecimento
do dólar, o Federal Reserve (banco central americano) deverá
manter a taxa de juros nos atuais
baixos níveis por mais tempo.
O índice de preços ao consumidor subiu 1,9% no ano passado, a
menor alta em dois anos. Mas o
núcleo do índice, em que não se
consideram as categorias de energia e alimentos, teve aumento de
apenas 1,1%, o menor em 43 anos.
Menos volátil a choques como a
disparada no preço do petróleo, o
núcleo é o índice mais observado
e o utilizado para balizar as decisões do comitê de política monetária do Federal Reserve.
O Fed não trabalha com uma
meta explícita, mas, segundo analistas, 1% seria um patamar mínimo desejável. Abaixo disso, haveria o risco de deflação.
A próxima reunião do comitê
do BC americano ocorrerá nos
dias 27 e 28 deste mês. Ninguém
espera uma alteração na taxa de
juros, que, desde junho do ano
passado, está em 1% ao ano (o
menor nível desde 1958).
Com a retomada da recuperação econômica, o mercado projetava, ao final do ano passado, uma
elevação na taxa ainda neste semestre. Mas essa possibilidade
parece ter ficado mais distante,
por dois motivos básicos: a inflação não representa nenhuma
ameaça no momento e, talvez o
principal, o desemprego ainda
permanece elevado.
Em dezembro passado, a economia americana abriu apenas
mil novas vagas de trabalho, frustrando as expectativas. O setor industrial, o mais abalado desde a
recessão de 2001, fechou postos
pelo 41º mês consecutivo.
Mas o mercado de trabalho vem
dando alguns sinais de melhora.
O número de novos pedidos para
o recebimento do seguro-desemprego, por exemplo, tem recuado.
De acordo com o Departamento do Trabalho, o número de pedidos diminuiu para 343 mil na
semana passada. A média de quatro semanas, menos volátil, recuou para 347,5 mil, o menor nível em três anos.
Em outro bom indicador, as
vendas do varejo tiveram uma alta de 0,5% no mês passado, ligeiramente abaixo das expectativas.
No mês anterior, havia ocorrido
uma alta de 1,2%.
Os bons números ajudaram o
dólar a recuperar valor. O euro
caiu para US$ 1,2597 ontem nos
mercados internacionais.
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