São Paulo, sexta-feira, 16 de janeiro de 2004

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O VÔO DA ÁGUIA

Núcleo do índice fica em 1,1%; pedido de seguro-desemprego cai

Inflação americana é a menor desde 60

DA REDAÇÃO

Os EUA registraram, no ano passado, a menor taxa de inflação em quatro décadas. Ante a inexistência de pressões inflacionárias, mesmo com o enfraquecimento do dólar, o Federal Reserve (banco central americano) deverá manter a taxa de juros nos atuais baixos níveis por mais tempo.
O índice de preços ao consumidor subiu 1,9% no ano passado, a menor alta em dois anos. Mas o núcleo do índice, em que não se consideram as categorias de energia e alimentos, teve aumento de apenas 1,1%, o menor em 43 anos.
Menos volátil a choques como a disparada no preço do petróleo, o núcleo é o índice mais observado e o utilizado para balizar as decisões do comitê de política monetária do Federal Reserve.
O Fed não trabalha com uma meta explícita, mas, segundo analistas, 1% seria um patamar mínimo desejável. Abaixo disso, haveria o risco de deflação.
A próxima reunião do comitê do BC americano ocorrerá nos dias 27 e 28 deste mês. Ninguém espera uma alteração na taxa de juros, que, desde junho do ano passado, está em 1% ao ano (o menor nível desde 1958).
Com a retomada da recuperação econômica, o mercado projetava, ao final do ano passado, uma elevação na taxa ainda neste semestre. Mas essa possibilidade parece ter ficado mais distante, por dois motivos básicos: a inflação não representa nenhuma ameaça no momento e, talvez o principal, o desemprego ainda permanece elevado.
Em dezembro passado, a economia americana abriu apenas mil novas vagas de trabalho, frustrando as expectativas. O setor industrial, o mais abalado desde a recessão de 2001, fechou postos pelo 41º mês consecutivo.
Mas o mercado de trabalho vem dando alguns sinais de melhora. O número de novos pedidos para o recebimento do seguro-desemprego, por exemplo, tem recuado.
De acordo com o Departamento do Trabalho, o número de pedidos diminuiu para 343 mil na semana passada. A média de quatro semanas, menos volátil, recuou para 347,5 mil, o menor nível em três anos.
Em outro bom indicador, as vendas do varejo tiveram uma alta de 0,5% no mês passado, ligeiramente abaixo das expectativas. No mês anterior, havia ocorrido uma alta de 1,2%.
Os bons números ajudaram o dólar a recuperar valor. O euro caiu para US$ 1,2597 ontem nos mercados internacionais.


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