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DÍVIDA
Credor quer embargar recurso
Argentina tem apoio americano em ação
CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES
O governo americano enviou
documento ao juiz nova-iorquino
Thomas Griesa em que intercede
a favor da Argentina para evitar
que fundos de investimentos consigam embargar recursos remetidos pelo país sul-americano ao
exterior. O embargo é uma reivindicação de credores do país, portadores de títulos que não estão
sendo pagos desde 2001, quando a
Argentina decretou moratória da
dívida externa (US$ 99,4 bilhões).
Uma declaração emitida pelo
Departamento de Justiça dos
EUA pede à Corte de Nova York
que "proíba os queixosos de interferir com os pagamentos da
Argentina aos credores".
Esse pedido foi reforçado pelo
Federal Reserve de Nova York,
que também enviou uma declaração ao juiz, em que pede que os
pagamentos da Argentina sejam
feitos de maneira eficiente. Griesa
é o juiz responsável pelas causas
movidas por credores privados
contra a Argentina por perdas
acumuladas desde a moratória.
Até o final do mês, Griesa tomará uma decisão que poderá ser decisiva para o andamento futuro
das negociações entre a Argentina
e seu credores. Ele definirá se embarga ou não os bens argentinos
nos EUA para o pagamento da
ação movida contra o país pelo
fundo EM Limited, que cobra da
Argentina US$ 700 milhões como
compensação às perdas. Dependendo da decisão, ela pode abrir
precedente para outros detentores de bônus argentinos.
Tanto o Fed de Nova York
quanto o Departamento de Justiça têm a preocupação de garantir
que as remessas feitas pela Argentina para cumprir com os pagamentos aos organismos multilaterais de crédito, como o FMI e o
Banco Mundial, não corram o risco de serem embargadas (arrestadas judicialmente). O IIF (Instituto Internacional de Finanças) criticou ontem o FMI por causa do
tratamento dispensado à Argentina, que classificou como "corporativista" e "não compatível com
suas próprias regras e políticas".
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