São Paulo, sexta-feira, 16 de janeiro de 2004

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DÍVIDA

Credor quer embargar recurso

Argentina tem apoio americano em ação

CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

O governo americano enviou documento ao juiz nova-iorquino Thomas Griesa em que intercede a favor da Argentina para evitar que fundos de investimentos consigam embargar recursos remetidos pelo país sul-americano ao exterior. O embargo é uma reivindicação de credores do país, portadores de títulos que não estão sendo pagos desde 2001, quando a Argentina decretou moratória da dívida externa (US$ 99,4 bilhões).
Uma declaração emitida pelo Departamento de Justiça dos EUA pede à Corte de Nova York que "proíba os queixosos de interferir com os pagamentos da Argentina aos credores".
Esse pedido foi reforçado pelo Federal Reserve de Nova York, que também enviou uma declaração ao juiz, em que pede que os pagamentos da Argentina sejam feitos de maneira eficiente. Griesa é o juiz responsável pelas causas movidas por credores privados contra a Argentina por perdas acumuladas desde a moratória.
Até o final do mês, Griesa tomará uma decisão que poderá ser decisiva para o andamento futuro das negociações entre a Argentina e seu credores. Ele definirá se embarga ou não os bens argentinos nos EUA para o pagamento da ação movida contra o país pelo fundo EM Limited, que cobra da Argentina US$ 700 milhões como compensação às perdas. Dependendo da decisão, ela pode abrir precedente para outros detentores de bônus argentinos.
Tanto o Fed de Nova York quanto o Departamento de Justiça têm a preocupação de garantir que as remessas feitas pela Argentina para cumprir com os pagamentos aos organismos multilaterais de crédito, como o FMI e o Banco Mundial, não corram o risco de serem embargadas (arrestadas judicialmente). O IIF (Instituto Internacional de Finanças) criticou ontem o FMI por causa do tratamento dispensado à Argentina, que classificou como "corporativista" e "não compatível com suas próprias regras e políticas".


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