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LEITE DERRAMADO
Outra companhia pede a falência; comércio ajuda o grupo
Loja antecipa pagamento à Parmalat
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Redes de supermercados de São
Paulo passaram a pagar de forma
antecipada à Parmalat neste mês
para ajudar a reforçar o caixa da
companhia. Com contratos de
fornecimento fechados, que garantem a entrega de produtos, as
lojas concordaram em adiantar o
pagamento em até um mês, segundo apurou a Folha.
Com recursos em caixa, a empresa ganha fôlego e pode arcar
com as suas dívidas.
Ontem, uma nova empresa entrou com pedido de falência contra a Parmalat. Depois da Orlândia S.A, a Italplast Embalagens
Plásticas fez a solicitação à 29ª Vara Cível de São Paulo. A Italplast é
fornecedora de embalagens flexíveis para a multinacional, tem fábrica na zona leste de São Paulo e
atende companhias como Nestlé,
Unilever e Yakult. Ela fabrica 15
milhões de embalagens ao mês.
A Parmalat precisa pagar hoje o
que deve às cooperativas de leite
do Rio de Janeiro, segundo acordo verbal firmado pela empresa
com os fornecedores. Até o momento, o grupo acumula débitos
com 11 cooperativas do Rio.
Do valor total devido em novembro (R$ 2,3 milhões), R$ 700
mil já foram pagos. O restante,
mais os débitos de dezembro (R$
2,3 milhões) e janeiro (mais R$ 2,3
milhões), terão de ser depositados
na conta dos fornecedores hoje.
Na quinta-feira passada, o presidente da subsidiária brasileira
da Parmalat, Ricardo Gonçalves,
prometeu ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, quitar a
dívida no dia 16. O comunicado
foi feito pelo ministro à imprensa.
Mas, em conversas reservadas
no mesmo dia, a direção da empresa disse ao ministro que o débito só poderia ser quitado se a
empresa conseguisse linhas de
crédito com bancos.
"Já começamos a pensar em um
plano B, caso a companhia não
pague. Se isso ocorrer, a Parmalat
corre sério risco de ter a entrega
de leite paralisada", disse Rodolfo
Tavares, presidente da Faerj (Federação de Agricultura do Estado
do Rio de Janeiro).
O vice-presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Darc
Costa, afirmou ontem que a crise
da Parmalat, apesar de não trazer
prejuízos ao banco, é um assunto
"urgente, urgentíssimo". Isso
porque envolve um grande número de fornecedores. A dívida
do grupo com o banco (R$ 26 milhões) está sob fiança bancária.
Colaborou a Sucursal do Rio
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