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VARIAÇÃO CAMBIAL
Pedro Malan e Francisco Lopes vão definir a política cambial do país depois de consultar o Fundo Monetário nos EUA
Regime deve ser decicido amanhã
da Sucursal de Brasília
O governo deve definir até amanhã à noite qual o regime cambial
que vai vigorar a partir de segunda-feira. Se optar por manter a
banda cambial, mecanismo que
permite a variação do dólar num
intervalo fixado pelo Banco Central, o governo deverá elevar o teto
anterior, que era de R$ 1,32.
A outra opção que o governo tem
é adotar o regime de câmbio flutuante. O ministro Pedro Malan
(Fazenda) e o presidente do Banco
Central, Francisco Lopes, vão definir a nova política cambial depois
de consultar o FMI (Fundo Monetário Internacional) e outros organismos financeiros, em Washington, para onde viajaram ontem.
"Vamos explicar com clareza
não só o que estamos fazendo e
pensamos fazer nessa área, mas os
avanços expressivos que temos tido na implementação do programa de estabilidade fiscal", disse.
Ontem, nenhum integrante da
equipe econômica quis se pronunciar. Questionado se a política
cambial seria mantida, o presidente do Banco do Brasil, Andrea Calabi, respondeu que sim, mas não
esclareceu se estava se referindo ao
sistema de bandas cambiais ou ao
mecanismo adotado ontem.
O principal subsídio que a equipe econômica levará em conta em
sua decisão, segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, é "a reação positiva do mercado (ontem) num
quadro de liberdade de taxas".
Segundo Parente, a cotação final
de ontem, de R$ 1,42 por dólar,
"não é definitiva, mas é um indicador importante". "Não damos o
assunto por encerrado, mas achamos que pode estar começando
uma sequência de movimentos
positivos, um círculo virtuoso."
Depois de um dia inteiro de reuniões, a equipe econômica chegou
ao final do dia de ontem dividida
entre as duas alternativas. Como
ambas apresentam riscos para o
Plano Real, o governo quer adotar
uma medida que tenha respaldo
internacional para não reduzir
ainda mais a credibilidade do país.
Se optar pela manutenção do regime de banda cambial com as alterações feitas na última quarta-feira, o teto da banda deverá ficar
próximo de R$ 1,42.
A decisão do BC de não intervir
ontem no mercado de câmbio teve
como objetivo preservar as reservas internacionais do país, disse
Parente, após sair da reunião da
equipe econômica com FHC, realizada à tarde. Na reunião, Malan fez
um resumo do comportamento
das Bolsas, das cotações e dos mercados externos. Segundo Parente,
houve uma "sensação de alívio".
"O receio que muitos tinham de
que pudesse haver uma enorme
disparada da cotação (do Real) efetivamente não aconteceu. Isso representa uma confiança na nossa
capacidade de termos, nessa área
de câmbio, uma situação favorável
para o desenvolvimento do país",
afirmou Malan, ao sair da reunião.
O ministro disse que a política
cambial com o ajuste fiscal e com
austeridade vai propiciar a promoção das exportações e o desenvolvimento de produção doméstica
competitiva com os importados.
Malan negou ontem que vá deixar o cargo, demonstrou confiança
no desempenho do Real.
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