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RETOMADA
Amazonas, com alta de 13%, e SP (11,8%) têm maior aumento da produção; Rio é o lanterninha, com 2,4%
Indústria cresce em todas as regiões do país
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O aumento da produção industrial em 2004 atingiu todas as 14
regiões pesquisadas pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). Em São Paulo, o resultado foi recorde: expansão de
11,8%, a maior marca desde 1985.
Naquele ano, o primeiro para o
qual o IBGE possui dados comparáveis com os da atual pesquisa, o
país vivia um "boom" de consumo após o Plano Cruzado.
Segundo o IBGE, a produção
cresceu mais onde as categorias líderes de bens duráveis (veículos e
eletrodomésticos) e de capital
(máquinas e equipamentos) têm
um peso maior na estrutura industrial. São os casos de São Paulo
e Amazonas -o Estado teve a alta
mais expressiva (13%) em 2004.
"Essas regiões foram favorecidas por conta da presença forte de
setores que produzem bens duráveis e de capital, que lideraram a
produção da indústria em 2004",
disse Isabela Nunes, do Departamento de Indústria do IBGE.
Na indústria paulista, os principais impactos positivos vieram de
veículos (29,3%), material eletrônico e de comunicações (45%) e
máquinas e equipamentos (21%).
Os duráveis foram destaque no
Amazonas (Zona Franca), cuja
forte expansão na produção de
celulares e televisores deu a liderança ao ramo de material eletrônico e de comunicações (23,6%).
Também se beneficiaram regiões nas quais os setores mais
importantes estão articulados
com exportações e agronegócio,
como Goiás (8,4%), Santa Catarina (11,4%) e Pará (10,5%), onde o
principal efeito positivo veio da
extração de minério de ferro destinada ao mercado externo. Exportações de derivados de soja e
de carnes impulsionaram a indústria de Santa Catarina e Goiás.
Além dessas regiões, a produção subiu acima da média nacional -de 8,3%- no Ceará
(11,9%), na Bahia (10,1%) e no Paraná (10,1%).
Na outra ponta, a indústria do
Rio teve a menor taxa de crescimento (2,4%). O motivo foi a queda da produção de petróleo, provocada pela parada de plataformas da Petrobras e pelo atraso na
entrada em operação de novas
unidades. No ano, a indústria extrativa do Estado retraiu 3,6%, a
primeira desde 1992.
Em dezembro, 13 das 14 regiões
pesquisadas elevaram a produção, na comparação com o mesmo mês de 2003. Só houve queda
em Pernambuco (-0,5%). O líder
foi o Ceará (18,6%). Em São Paulo, a alta foi de 11,9%.
Isabela Nunes, do IBGE, ressalta
que no final do ano houve uma
mudança "no perfil de crescimento" em quase todas as regiões. As
categorias de bens duráveis e de
capitais -os primeiros a reagir à
crise de 2002 e 2003- desaceleram. Em contrapartida, a produção de não-duráveis (alimentos,
vestuário e bebidas) passou a registrar crescimento maior.
Na origem dessa alteração, está
a melhora do mercado de trabalho. "O que está acontecendo é
um efeito multiplicador dos setores que cresceram primeiro e tiveram de empregar mais. Com isso,
aumentou a massa de salários, e
mais gente passou a consumir
não-duráveis", disse Nunes.
Tal movimento fica nítido pelos
dados de São Paulo, onde a indústria de alimentos cresceu 16,2%
em dezembro, um dos ramos líderes de produção.
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