São Paulo, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

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COMUNICAÇÃO

Costa negocia com Fazenda isenção para equipamentos e diz que emissoras devem investir US$ 10 bi em dez anos

TV digital pode ganhar incentivo fiscal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), afirmou que está negociando com a Fazenda redução da carga tributária para importação de equipamentos de informática e de instrumentos eletrônicos para a implantação da TV digital no país.
Segundo ele, as emissoras investirão aproximadamente US$ 10 bilhões em dez anos para substituir o sistema analógico pelo digital. Ele disse que deverá haver financiamento ainda para a compra dos conversores (aparelhos que serão acoplados aos atuais aparelhos analógicos para que eles possam receber a transmissão digital).
Costa não quis dar detalhes, mas informou que nos últimos dias o governo brasileiro começou a negociar com governos e empresas estrangeiros contrapartidas novas que serão decisivas na definição do padrão.
"Nós temos entendimentos sigilosos que estão sendo mantidos com pelo menos quatro ou cinco indústrias relacionadas com a TV digital para grandes desenvolvimentos na área industrial. Infelizmente, não podemos entrar nos detalhes dessas conversações", disse. Para o ministro, essas negociações "têm por objetivo colocar o Brasil na dianteira da tecnologia da TV digital".
Ontem havia a expectativa de que o governo divulgasse, na internet, uma síntese com a posição final do CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) sobre o assunto. Costa, no entanto, disse que o relatório será apresentado só ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O relatório do CPqD é um instrumento de informação para o presidente da República na decisão final", disse.
Ele informou que hoje o Ministério das Comunicações divulgará os relatórios de cada um dos 22 consórcios que participaram dos estudos em seu endereço eletrônico (www.mc.gov.br).
Costa informou que o relatório exclusivo do presidente não dirá claramente qual padrão de TV digital o Brasil deverá adotar: norte-americano (ATSC), europeu (DVB) ou japonês (ISDB). "O relatório não indica necessariamente o modelo. Nunca foi solicitado ao CPqD fazer uma indicação final do que seria o sistema brasileiro de TV digital. O CPqD entra para sistematizar as informações sem dar opinião", afirmou o ministro.

Emissoras
Na manhã de ontem, representantes das principais emissoras de televisão do país estiveram reunidos no Palácio do Planalto com os ministros encarregados de decidir sobre o padrão de TV digital. Na reunião, as emissoras reforçaram seu posicionamento favorável à adoção do padrão japonês.
"A nossa conclusão é que o sistema japonês é o sistema que interessa não à radiodifusão, mas que interessa ao Brasil, que interessa à geração atual e às gerações futuras" disse Inácio Pizzani, presidente da Abert (Associação Brasileiras das Emissoras de Rádio e Televisão), após a reunião.
"Foi uma reunião muito produtiva, onde vários pontos foram esclarecidos. As televisões colocaram a importância de nós evoluirmos para a televisão de alta definição no Brasil e também para que possamos transmitir para alvos móveis e alvos portáteis", afirmou João Roberto Marinho, vice-presidente da Rede Globo. "Acho que ficou muito claro quais são as coisas mais importantes que a televisão digital pode trazer para o nosso negócio. Agora os ministros vão trabalhar, acho que já ouviram todos os setores. O nosso foi o último. Esperamos que a decisão evolua", afirmou.


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