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Para compensar prejuízo, estatal precisa investir
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Petrobras não tem como
recuperar, no curto prazo, o
prejuízo que terá com a assinatura do acordo. Para se ressarcir, a estatal brasileira teria que
fazer investimentos em uma
nova fábrica, que pudesse decompor o gás boliviano.
Uma vez decomposto, a Petrobras repassaria para o mercado de gás natural só o metano, mais barato, usado na queima que produz calor e energia.
Os componentes "nobres"
-etano, gás de cozinha e gasolina natural- seriam vendidos
ao mercado petroquímico.
O etano é usado na produção
de plástico, e a "gasolina natural" pode ser transformada em
nafta (outro insumo da petroquímica) ou na gasolina propriamente dita (veículos).
"A Petrobras ainda não tem
uso para isso, mas pode vir a
ter", disse José Sergio Gabrielli,
presidente da estatal brasileira.
"Isso exige a montagem de uma
planta de separação, que demanda investimentos."
O próprio ministro de Minas
e Energia, Silas Rondeau, reconheceu que não vai ser fácil recuperar o prejuízo. "A Petrobras vai ter que ser esforçar para empatar", disse.
O tamanho do prejuízo será
variável e determinado por dois
fatores: composição do gás natural enviado pela Bolívia
(quantidade de elementos "nobres") e cotação dos elementos
no mercado internacional.
Pelo acordo, todo o gás enviado pela Bolívia será analisado e
medido, e os pagamentos adicionais serão calculados com
base na quantidade de elementos nobres capazes de gerar
mais de 8.900 KCal (quilocalorias) por metro cúbico.
No mercado de gás, os fornecedores geralmente fazem a separação antes de enviar o metano aos consumidores. E vendem os outros componentes,
mais valiosos, separadamente.
No caso da Bolívia, o país não
tinha estrutura para fazer a separação e enviava para o Brasil
um gás "rico", ou seja, com os
componentes mais valiosos.
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