São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

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Negociação entre governos é vitória de Evo

DO ENVIADO A BRASÍLIA

O fato de as negociações sobre preço do gás terem sido realizadas no Itamaraty e no Planalto, em vez de escritórios da Petrobras e da estatal boliviana YPFB, é mais uma vitória de Evo Morales, que sempre defendeu uma negociação política diretamente com Lula.
Desde que La Paz começou a pressionar mais forte por um aumento do gás, o governo brasileiro e a Petrobras insistiam em que se tratava de um assunto comercial.
Em 10 de maio, o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, viajaram a La Paz para assinar um acordo segundo o qual o preço do gás, entre outros temas, seria negociado exclusivamente por meio de comissões técnicas.
O último encontro dessa comissão foi em Santa Cruz, em 7 de dezembro, quando os representantes da YPFB e da Petrobras decidiram deixar esse tema de lado em troca de uma "agenda positiva", incluindo investimentos.
Esse acordo foi logo desautorizado por Morales, que voltou a cobrar o aumento do preço. Às vésperas da viagem a Brasília, o governo boliviano aumentou o tom e ameaçou cancelar a visita e interromper o fornecimento a Cuiabá no mês de março.
Agora, falta negociar a transferência de duas refinarias da Petrobras para o controle da YPFB. Deve-se esperar mais pressão: Morales já disse que o Brasil deveria presenteá-las. (FM)


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