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Negociação entre governos é vitória de Evo
DO ENVIADO A BRASÍLIA
O fato de as negociações
sobre preço do gás terem sido realizadas no Itamaraty e
no Planalto, em vez de escritórios da Petrobras e da estatal boliviana YPFB, é mais
uma vitória de Evo Morales,
que sempre defendeu uma
negociação política diretamente com Lula.
Desde que La Paz começou
a pressionar mais forte por
um aumento do gás, o governo brasileiro e a Petrobras
insistiam em que se tratava
de um assunto comercial.
Em 10 de maio, o ministro
Silas Rondeau (Minas e
Energia) e o presidente da
Petrobras, José Sergio Gabrielli, viajaram a La Paz para assinar um acordo segundo o qual o preço do gás, entre outros temas, seria negociado exclusivamente por
meio de comissões técnicas.
O último encontro dessa
comissão foi em Santa Cruz,
em 7 de dezembro, quando
os representantes da YPFB e
da Petrobras decidiram deixar esse tema de lado em troca de uma "agenda positiva",
incluindo investimentos.
Esse acordo foi logo desautorizado por Morales, que
voltou a cobrar o aumento do
preço. Às vésperas da viagem
a Brasília, o governo boliviano aumentou o tom e ameaçou cancelar a visita e interromper o fornecimento a
Cuiabá no mês de março.
Agora, falta negociar a
transferência de duas refinarias da Petrobras para o controle da YPFB. Deve-se esperar mais pressão: Morales já
disse que o Brasil deveria
presenteá-las.
(FM)
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