DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo iniciou 2007 com recorde na arrecadação de tributos, de acordo com dados da Receita Federal. No mês passado foram recolhidos R$ 38,577 bilhões, o maior valor já obtido em um mês de janeiro. Em relação a janeiro de 2006, o crescimento foi de 13,8%. Se for descontada a inflação pelo IPCA do período, o aumento real foi de 10,5%.
Segundo Carlos Alberto Barreto, secretário-adjunto da Receita, a boa arrecadação foi motivada, entre outros fatores, pelo maior recolhimento de IR das empresas. No mês passado, a receita desse imposto somou R$ 7,2 bilhões, 20,6% a mais do que em janeiro do ano passado.
Barreto afirma que a maior arrecadação ocorreu porque muitas empresas preferiram pagar o IR em janeiro, em vez de em três cotas -até março. A antecipação é vantajosa porque a Receita corrige as parcelas pela variação da taxa Selic.
"Talvez não compense para as empresas parcelar o IR e aplicar no mercado financeiro. Por isso, elas optaram por antecipar o pagamento."
Além disso, a Receita diz que os números de janeiro foram influenciados por uma arrecadação atípica referente a empresas que estavam em dívida com o fisco e regularizaram sua situação. Essa regularização levou à arrecadação de R$ 748 milhões em IR e em contribuição social sobre o lucro.
Outros itens apresentaram crescimento acima da média. O Imposto de Renda recolhido sobre remessas ao exterior cresceu 19,33% em relação a janeiro de 2006, o que, segundo a Receita, se explica pelo aumento no envio de dinheiro para o pagamento de juros de dívidas contraídas em outros países.
Na comparação com dezembro de 2006, a arrecadação da Receita caiu 6,4%. A queda ocorre pelo maior recolhimento de IR dos trabalhadores com registro em carteira que acontece ao final de cada ano, quando é pago o 13º salário.
Se forem consideradas as arrecadações tanto da Receita Federal como da Previdência Social, o governo recolheu R$ 49,884 bilhões no mês passado, um aumento de 14,1% em relação a janeiro do ano passado.


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