São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 2002

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BARRIL DE PÓLVORA

Alta apaga queda de 6% registrada sexta-feira após o golpe

Reviravolta na Venezuela faz petróleo disparar 4,7%

DA REDAÇÃO

O retorno de Hugo Chávez ao poder na Venezuela empurrou as cotações do petróleo novamente para cima. Na sexta-feira, a deposição de Chávez havia derrubado o barril em 6% em Nova York -o maior recuo em cinco meses.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o preço do barril aumentou 4,69% ontem, subindo para US$ 24,57. Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o barril e encerrou o dia cotado a US$ 24,70, com valorização de 1,7%.
Mesmo com a alta de ontem, as cotações estão cerca de 12% abaixo dos picos de alta registrados há duas semanas, quando os preços ultrapassaram US$ 28 e foram aos maiores níveis desde setembro do ano passado. Antes da crise venezuelana, a tensão no Oriente Médio havia pressionado os preços no mercado internacional.
Desde que Chávez assumiu a Presidência venezuelana, em 1998, o país tem sido um dos membros da Opep (Organização do Países Exportadores de Petróleo) que mais respeitam as cotas de produção definidas pelo cartel. A queda de Chávez criara a expectativa de que cresceria a oferta do país. A saída também havia encerrado a greve na PDVSA (Petróleos de Venezuela), a estatal petrolífera do país.
A Venezuela está em quarto lugar no ranking dos maiores exportadores mundiais de petróleo. Dono das maiores reservas conhecidas no hemisfério Sul, o país é responsável por 7% do óleo consumido pelos norte-americanos.
Até a semana passada, funcionários da estatal estavam em greve, o que comprometeu mais da metade da produção da companhia. A paralisação, política, era motivada por mudanças administrativas feitas por Chávez na PDVSA. A atividade voltou ao normal, mas ainda é incerto o que ocorrerá daqui para frente, com a volta do presidente.
Chávez tentou tranquilizar os norte-americanos ontem e disse que as vendas ao país não serão afetadas. "Garanto aos EUA, nosso principal comprador, que continuaremos a enviar mais de 1 milhão de barris por dia", disse.



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