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EMPRESAS
Idéia é aumentar exportações
BNDES vai incentivar internacionalização
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Eleazar de
Carvalho, anunciou ontem que o
banco deve aprovar até o final do
mês um programa de apoio à internacionalização das empresas
brasileiras.
Segundo Carvalho, o banco dará financiamento às companhias
que tenham interesse em montar
unidades no exterior, incluindo
estruturas de distribuição de seus
produtos. Para Carvalho, é prioridade aumentar as exportações,
como forma de reduzir a dependência externa do país, que hoje
precisa de investimentos estrangeiros diretos para fechar suas
contas e sustentar o crescimento
econômico.
Com uma melhor rede de distribuição no exterior, o BNDES entende que as empresas conseguirão vender mais e com preço melhor, o que teria impacto positivo
na balança comercial.
Segundo ele, o programa não
discrimina setores específicos da
economia: "Qualquer projeto
saudável e completo será apoiado. Não há restrição." A única
condição, diz, é que a empresa seja de capital nacional.
Para saber quais os desafios para os investimentos no exterior, o
BNDES encomendou estudo à
Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior), que
revela que só 17% das empresas
de capital nacional têm algum tipo de investimento fora do país.
Desses investimentos, 85% estão concentrados em distribuição
de produtos. A maior parte das
empresas brasileiras no exterior
atuam nos EUA e na Argentina.
O trabalho mostra ainda que esses investimentos são concentrados nas grandes empresas: 35%
do total. Mais: 40% das companhias afirmam que não querem se
arriscar em outros países.
O economista Roberto Iglesias,
autor do estudo, diz que faltam financiamentos, informações sobre como investir no exterior e
marcas fortes para que as empresas brasileiras possam crescer no
exterior. A maioria dos produtos
é vendida sem marca, como sapatos e produtos agropecuários.
Renato Sucupira, diretor do
BNDESExim -responsável pelos
financiamentos às exportações-
, disse que a linha de crédito à internacionalização estará aberta
tanto para montar bases de distribuição como para a instalação de
fábricas no exterior. A Embraer,
por exemplo, já anunciou que
quer montar uma fábrica de
aviões na China.
Também deve ser aprovada pelo BNDES ainda este mês uma
modalidade de crédito recíproco.
Pela proposta, o banco financia
empresas estrangeiras que se instalarem no Brasil e bancos de fomentos (similares ao BNDES) de outros países dão crédito a companhias brasileiras que montarem unidades lá fora.
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