São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EMPRESAS

Idéia é aumentar exportações

BNDES vai incentivar internacionalização

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Eleazar de Carvalho, anunciou ontem que o banco deve aprovar até o final do mês um programa de apoio à internacionalização das empresas brasileiras.
Segundo Carvalho, o banco dará financiamento às companhias que tenham interesse em montar unidades no exterior, incluindo estruturas de distribuição de seus produtos. Para Carvalho, é prioridade aumentar as exportações, como forma de reduzir a dependência externa do país, que hoje precisa de investimentos estrangeiros diretos para fechar suas contas e sustentar o crescimento econômico.
Com uma melhor rede de distribuição no exterior, o BNDES entende que as empresas conseguirão vender mais e com preço melhor, o que teria impacto positivo na balança comercial.
Segundo ele, o programa não discrimina setores específicos da economia: "Qualquer projeto saudável e completo será apoiado. Não há restrição." A única condição, diz, é que a empresa seja de capital nacional.
Para saber quais os desafios para os investimentos no exterior, o BNDES encomendou estudo à Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior), que revela que só 17% das empresas de capital nacional têm algum tipo de investimento fora do país.
Desses investimentos, 85% estão concentrados em distribuição de produtos. A maior parte das empresas brasileiras no exterior atuam nos EUA e na Argentina.
O trabalho mostra ainda que esses investimentos são concentrados nas grandes empresas: 35% do total. Mais: 40% das companhias afirmam que não querem se arriscar em outros países.
O economista Roberto Iglesias, autor do estudo, diz que faltam financiamentos, informações sobre como investir no exterior e marcas fortes para que as empresas brasileiras possam crescer no exterior. A maioria dos produtos é vendida sem marca, como sapatos e produtos agropecuários.
Renato Sucupira, diretor do BNDESExim -responsável pelos financiamentos às exportações- , disse que a linha de crédito à internacionalização estará aberta tanto para montar bases de distribuição como para a instalação de fábricas no exterior. A Embraer, por exemplo, já anunciou que quer montar uma fábrica de aviões na China.
Também deve ser aprovada pelo BNDES ainda este mês uma modalidade de crédito recíproco. Pela proposta, o banco financia empresas estrangeiras que se instalarem no Brasil e bancos de fomentos (similares ao BNDES) de outros países dão crédito a companhias brasileiras que montarem unidades lá fora.



Texto Anterior: Volta de Chávez é "má notícia" para Wall Street
Próximo Texto: Colapso na Argentina: Governo prepara ação contra saques
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.