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COLAPSO NA ARGENTINA
Em três meses, 8 bilhões de pesos foram retirados de bancos
Governo prepara ação contra saques
FABRICIO VIEIRA
DE BUENOS AIRES
O governo prepara um decreto
para frear a saída de recursos dos
depósitos bancários bloqueados
pelo curralzinho por meio de decisões judiciais. Somente no primeiro trimestre, 8,3 bilhões de pesos escaparam dos bancos.
"O Ministério da Economia trabalha na criação de um instrumento que permita a revisão prévia das decisões judiciais, antes
que a retirada de depósitos seja
efetivada", disse o vice-ministro
da Economia, Jorge Todesca.
Assim, os bancos seriam obrigados a devolver os recursos só
quando a ação movida por um
poupador chegasse em última
instância, o que não ocorre hoje.
O governo estuda ainda a possibilidade de passar a entregar títulos
públicos para quem conseguir o
direito a reaver seus depósitos. Isso poderia desestimular os clientes a moverem ações na Justiça,
pois passariam a receber um título de um governo em "default".
"As decisões da Justiça a favor
de poupadores têm sido responsáveis por aproximadamente 40%
de todos os recursos que saem dos
bancos atualmente. Isso tem um
efeito de pressão adicional sobre o
câmbio", disse Todesca.
Na sexta-feira passada, a Suprema Corte decretou a suspensão da
entrada de novas ações contra o
curralzinho por três dias. O volume excessivo de ações movidas
até o momento foi o motivo alegado pela Justiça para tomar a decisão. Já foram movidas 165 mil
ações contra o curralzinho, que
pedem a liberação de mais de 5 bilhões de pesos. Para o governo,
esse dinheiro é usado para comprar de dólares. Ontem, a moeda
dos EUA fechou praticamente estável, vendida a 2,98 pesos.
O ministro da Economia, Jorge
Remes Lenicov, se reuniu ontem
com o chefe da missão do FMI
(Fundo Monetário Internacional)
para a Argentina, Anoop Singh,
para discutir a evolução do cumprimento das exigências feitas pela entidade para o fechamento do acordo de socorro ao país.
Lenicov desembarca amanhã em Washington para se reunir com a vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, e com o secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill.
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