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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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PETRÓLEO

Banco põe à disposição da estatal o equivalente a US$ 1,2 bi para contratar a produção de componentes no país

BNDES financiará plataformas da Petrobras

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) colocou à disposição da Petrobras o equivalente a US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 3,7 bilhões) para financiar a contratação, no Brasil, de componentes para as plataformas de produção de petróleo P-51 e P-52. É a maior quantia já posta à disposição pelo banco estatal para financiar equipamentos à indústria do petróleo.
As duas licitações estão em andamento e a abertura dos envelopes está prevista para o próximo dia 28. O objetivo do BNDES é dar condições financeiras aos fabricantes brasileiros para que eles possam produzir os equipamentos a custos competitivos com os dos concorrentes internacionais.
O financiamento será dado à Petrobras, por intermédio da sua subsidiária Petrobras Netherlands B.V., com sede na Holanda, a empresa responsável pela compra das plataformas, fazendo com que a operação seja um financiamento a exportações.
O superintendente da área de exportações do BNDES, Ernâni Torres, disse que o financiamento à Petrobras, para que ela repasse aos construtores brasileiros, dará melhores condições de garantia ao banco. Torres disse que as condições de financiamento só poderão ser divulgadas após a definição da disputa, para não prejudicar os concorrentes brasileiros.
A atual direção do BNDES vem concentrando esforços para reativar a construção naval do país.
O presidente do BNDES, Carlos Lessa, anunciou que o banco deverá assinar, nos próximos meses, contratos de financiamento para a construção de navios e de barcos de apoio à indústria do petróleo em valores totais acima de US$ 400 milhões (cerca de R$ 1,23 bilhão).
Para a construção de plataformas, a maior soma já oferecida foi de US$ 760 milhões, para os equipamentos de produção dos campos de Barracuda e Caratinga, ambos na bacia de Campos (RJ).
As licitações das plataformas foram refeitas no atual governo para aumentar o índice de componentes nacionais nas duas unidades (o mínimo será de 60%).
Mas uma das principais reivindicações feitas pelas lideranças petistas na época da eleição presidencial -a construção dos cascos das plataformas no país- dificilmente será concretizada.
O presidente do Sinaval (sindicato nacional da indústria naval), Ariovaldo Rocha, afirmou que os recursos emprestados pelo BNDES são suficientes para financiar 60% das obras.


Colaborou Pedro Soares, da Sucursal do Rio


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