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Alta de alimentos afeta mais a baixa renda
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Um novo índice divulgado
ontem pela FGV (Fundação
Getulio Vargas) mostra que a
população mais pobre é mais
afetada pela alta dos alimentos.
De acordo com o novo indicador, as famílias com renda de 1
a 2,5 salários mínimos acumularam taxa de inflação de 5,99%
de abril do ano passado a março
deste ano. A inflação para a média da população no período foi
de 4,52%. Segundo a FGV, a taxa de inflação da baixa renda foi
32,5% maior. O resultado dos
últimos 12 meses representa a
maior variação desde o início
da série, em 2004.
Os alimentos subiram
10,83% nos últimos 12 meses.
Representaram a principal
pressão sobre o índice.
Na média da população, o peso da alimentação é de 27,49%.
Os mais pobres comprometem
39,62% do orçamento com essas compras.
"Os alimentos mais essenciais para a população de baixa
renda são derivados do trigo, da
soja, de itens de pecuária e eles
foram todos afetados pelo movimento que grandes commodities apresentaram no mundo.
Outros produtos que têm
transmissão direta no IPC, como farinha de trigo, ficaram
mais caros e acabaram afetando a população de baixa renda",
afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços ao
Consumidor, da FGV.
Somente no primeiro trimestre, a alta dos preços para os
mais pobres foi de 2,20%, a
maior taxa desde o início da série, em 2004.
A alimentação respondeu
por 76% da taxa. A diferença
contra o patamar de inflação
medido pelo IPC-BR (Índice de
Preços ao Consumidor - Brasil)
foi de 53,80%.
"A trajetória dos alimentos
de 2004 a 2006 foi decrescente
em relação à sua influência na
formação da inflação. Essa tendência se inverteu desde 2007.
Agora os alimentos estão pesando mais e de forma crescente. O aumento não ficou concentrado em um grupo pequeno de produtos, mas atingiu
itens derivados de commodities, que variaram muito de
preço. Isso afetou mais a população mais pobre", disse.
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