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São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa de SP perde 2,44% com piora de indicadores e perspectiva de que BC demore a reduzir taxa

Dólar, risco e juros contaminam Bovespa

DA REPORTAGEM LOCAL

A alta do dólar e o temor de que os juros demorarão a cair fizeram o Ibovespa fechar em baixa de 2,44%, aos 13.129 pontos. Apesar da queda de ontem, o índice acumula em maio alta de 4,5%.
Após quatro altas consecutivas, os analistas disseram que os investidores esperavam por más notícias para vender seus papéis e embolsar os lucros.
Como ontem houve uma piora geral no mercado financeiro, com valorização de 2,7% do dólar e alta de 6,7% do risco-país, os analistas disseram que era inevitável a contaminação da Bovespa.
Além disso, boa parte das altas observadas na Bolsa nesta semana foi influenciada pelos boatos de que o Banco Central poderia reduzir a Selic (taxa básica de juros) já na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), que será na semana que vem.
Entretanto declarações de integrantes do governo de que a inércia inflacionária persiste fez muitos desacreditarem na possibilidade de redução da taxa. Ontem o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, enfatizaram motivos para que a taxa não seja reduzida.
Além disso, a valorização das ações observada desde março na Bolsa foi maior, em dólares, devido à queda na cotação da moeda norte-americana. Segundo analistas, como a alta foi muito acentuada e há constantes rumores de que o BC deverá intervir no câmbio, investidores estrangeiros estão à procura de oportunidades para vender seus papéis.
Apesar da forte queda do Ibovespa, os analistas também ressaltam que os papéis que mais sofreram foram os de maior liquidez. Isso pode ser comprovado com a análise do IBX 50, que mede a variação das ações das maiores empresas da Bolsa e que ontem fechou com queda de apenas 0,7%.
Os papéis que mais sofreram foram os de energia elétrica. O índice que mede a variação dos preços das ações do setor fechou em queda de 4%. Os destaques negativos foram as ações PN da Eletropaulo, que caíram 8,1%, as ordinárias da Light, que se desvalorizaram em 6,2%, e a Eletrobrás PN, que fechou em queda de 5,8%.
As maiores altas do dia foram Vale do Rio Doce ON (2%), AmBev PN (1,8%) e Aracruz PNB (1,4%).


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